sexta-feira, 19 de setembro de 2014

for tomorrow [visit to primrose extended mix]

escrever sobre o dia seguinte pode, ou não, ser difícil;
mas é mais fácil, se escrevermos às vinte-e-três-e-cinquenta-e-oito.

de-modos-que:
é isso.

e o que (raio) tem esta música a ver com o post
como diria jota: nada-desta-vida.... 
e sabes o que é nada desta vida? ....  
é nada-desta-vida.

sábado, 23 de agosto de 2014

Jeff Buckley [1994] Hallelujah

há um par de décadas atrás, (mais dia menos dia,)
foi editado o Grace do Jeff Buckley.
ouvi-o pouco (tempo) depois;
e, pouco (tempo) depois, tornou-se o meu álbum favorito.

nos entretantos, o tempo passou num instante:
e ouvi álbuns (mesmo) bons e também outros (mesmo) maus;
e ouvi cenas do mesmo género e coisas que nada tinham a ver.

sim, (sempre) ouvi muita música,
mas se me perguntarem qual o meu álbum favorito,
a minha resposta mantém-se a mesma:
- o Grace do Jeff Buckley.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

lana del rey [2012?] kinda outta luck [cover not]

isto é um ultraje,
uma vil e baixinha ofensa; ...
.. um pequeno delito, vá...

usar a etiqueta das cover's para uma música que não é cover não me parece bem;
na verdade, uma nova etiqueta seria a (natural) opção a tomar.
mas não foi, e, de-modos-que:
aqui-del-rey, morra o dantas, cenas-tipo-coisas-mas-do-tipo-baixinho-e-vil...
...yada-yada-yada, pim-pan*-pum, pardais-aos-ninho...e insultos que não se escrevem.

é uma música da lana del rey sem fazer parte da discografia da lana del rey,
é um um video em que aparece o will e. coyote,
e...

- não é uma cover!?
- sim, não é uma cover.
- então cria outra etiqueta!
- não me apetece.
- então vais pôr um original com a etiqueta de uma cover?
- vou.
- só porque te apetece?
- sim.
- não podias arranjar uma desculpa?
- poder, podia; mas ouvi o MEC defender o "o não me apetece" e pareceu-me genial...
- .... wtf?
- yeap. para quê o:
     - ah e tal nesse dia já tenho cenas combinadas... [ou]
     - tenho que ver a agenda, mas se puder... apareço [ou]
     - é isso. ... só é pena nesse dia eu já ter cenas, senão... [ou]
     - yah, yah, eu depois ligo para marcar cenas...
     - boa ideia, mas agora já não dá...
- então, em vez de desculpas vais optar pelo "não me apetece"?
- hmmm....num-sei.



* este "pan" não tem qualquer conotação com um partido político ou (mesmo) com uma linha de comando do cad ou do photoshop.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

sympathy for the devil [1994] gun's n' roses

(re)vi a entrevista com o vampiro.
(re)ver um filme com duas décadas de intervalo é assim-uma-cena-tipo-(in)defenível:
até porque nem me lembro da impressão que me deixou no passado,
e nem sei bem o que dizer da impressão que me deixou no presente.

e-daí-que surge o sympathy for the devil no genérico final.
gosto da original, tanto quanto gosto do remix dos neptunes,
mas a versão que passa é outra:
é a daquela banda que (nos noventa)  fazia as adolescentes suspirar por um tipo em calções de licra...

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

blackbird

raras são as aves,
e o que não faltam são aves raras.
raro? o raro é sobrevalorizado.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

l.s.f.

ideia palerma (e estupidamente cansativa):
descer (e depois subir) todos os degraus da barragem de vilarinho das furnas.
ideia posterior (e teoricamente preguiçosó-palerma):
gin, água tónica e calipo de limão (para poupar o esforço do gelo e do limão).
na verdade, as ideias não foram palermas...
... palerma foi pô-las em prática.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

hey joe [2013] charlotte gainsbourg

vi o par de partes do nymph()maniac.
em parte alguma virei a cara.
não me chocou nem me pareceu perturbante.
e pergunto-me se não será perturbante não me ter sentido perturbado?
em verdade me digo que foi apenas um (dois-em-um) filme;
não foi (mesmo) bom...
... mas (também) não dei o tempo como perdido.

sobra a estória que na impossibilidade do lars usar a original
pediu à charlotte que a 'coverizasse'.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

here [1998] tindersticks

lembro-me da here ter sido amor-à-primeira-audição.
gostava bastante dos pavement, e o here não era excepção;
bem pelo contrário, era de um bastante-tipo-mesmo.
[...i was dressed for sucess, but success it never comes...]

quando, pela primeira vez, ouvi a here na versão dos tindersticks,
o tico e a bigorna desentenderam-se:
era como se a música tivesse sido escrita pelos tindersticks;
e, sim, fazia todo o sentido, até-porque...
[... and i'm the only one who laughts; at your jokes when they are so bad...]

e não, que sentido poderia fazer?
(...até porque se tivesse sido escrita pelos tindersticks
o mais certo era não ter sido tocada pelos pavement.)
[...and your jokes are always bad,...]



   [... but hey're not as bad as this.]     

sexta-feira, 25 de julho de 2014

new york, new york; empire state of mind [2011] jamie cullum

no início era a indecisão: cover's ou mashup's?
[- isso não é uma questão que se apresente, pá... 
ambas (as hipóteses) são palermas 
(,de-modos-que a resposta é, naturalmente, nenhuma).]
sendo assim, ou assim sendo, optei pelas cover's
pelo mesmíssimo motivo porque poderia ter optado pelos mashup's:
porque me apeteceu.
[ ainda noutro dia ouvi o mec defender o porque-me-apeteceu em contraponto ao:
 ah-e-tal-tenho-que-...-[pausa-para-escolher-desculpa]-...-e-de-modos-que-é-isso,
e foi-me impossível ficar indiferente a semelhante discurso.]

(de-modo(s)-que), o que o Cullum cantou para o senhor de Niro é, pois,
e a meu ver, uma espécie de dois-em-um: duas cover's numa só;
sim, o par de cover's poderia ser visto como um mashup mas,
acontece que as músicas se intercalam ao invés de se imiscuirem numa só;
e no entanto, e ao se intercalarem, acabam (também) por se imiscuir,
de-modos-que num-sei.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

never tear us apart [2013] best youth

em (bem) verdade, nem sempre assim o é;
no entanto, foi uma frase que ficou num certo-imaginário-portuga;
frase essa que, neste post, não poderia ser melhor aplicada:
(até porque) o-que-é-nacional-é-bom.

terça-feira, 22 de julho de 2014

video games [2011] kasabian

este é daqueles post's preguiçosos
em que se pega nos músicos do post anterior
e se lhes altera as posições.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

goodbye kiss [2012] lana del rey

do ponto de vista da preguiça-da-cena e da inércia-da-coisa
os tempos modernos têm esta coisa de se poder ver parte de um festival no conforto do lar:
esparramado no sofá e com o copo de vinho à distância de um esticar do braço, vi e ouvi kasabian.
[-mas isso não é a mesma coisa, conó; "num-bês" que estás a perder toda a cena-da-coisa?]
nop, essa cena de festivais e multidões já não me assiste;
e é com prazer que (assim) assisto ao concerto em modo lontra.
e o concerto lá foi passando... e nada de goodbye kiss.
às tantas lá arrancam com o praise you do fatboy slim como introdução do lsf...
gosto, mas não é a goodbye kiss.
o concerto acaba-sem-acabar e segue-se o (inevitável) encore...e nada de goodbye kiss.
o concerto acaba (mesmo) e... nada de goodbye kiss.

sim, houve uma semi-cover-como-introdução-a-um-dos-grandes-singles;
sim, dentro do espírito-da-cena não seria mal pensado postar essa mesma semi-cover.
mas, e não sei se já o disse (ou o escrevi): não ouvi a goodbye kiss.
de-modos-que, e estando esta cover (tão) distante da genialidade da original, hoje deixo-vos* com isto:

*nota: o uso do plural é palerma, mas o uso do singular iria dar uma intimidade inexistente (ao post).

domingo, 20 de julho de 2014

lost souls forever

- formaste-te na tua cena em dois-mil-e-poucos... ?
- yeap....
- e durante uma década trabalhaste na tua área... ?
- na verdade não foi tanto tempo assim.
- e iniciaste o mestrado... ?
- yeap... mas desisti; escrever é uma cena-que-não-me-assiste...
- e agora estás desempregado...
- ... na verdade, considero-me desocupado:
         ... parece igual, é semelhante, mas diferente.
- e em vez de acabares o mestrado, vais (tentar) licenciares-te outra vez?
- yeap....
- pensaste nisso?
- yeah-but-no-but-yes...-but-no.
- não percebi: pensaste (nisso) ou nem por isso?
- pensar, (até) pensei pensar;
       .... mas sempre que tento pensar no assunto, visualizo (mentalmente) isto:

quinta-feira, 17 de julho de 2014

the headmaster ritual [2007] radiohead

radiohead a tocar the smiths:
desnecessário escrever mais.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

hit me baby one more time [1999] travis

a primeira vez que ouvi esta cover foi no coliseu do Porto.
tinha ido ver os travis e já não sei quem mais.
acabei por ouvir os singles que queria ouvir
e também esta (des)adequada cover.
nesses tempos a internet ainda não era o que (agora) é.
de-modos-que sabia que seria difícil encontrar tal pérola em físico formato.
estava errado.
pouco depois encontrei-a como lado-bê de um cê-dê-single.
e, apesar de nunca ter feito as contas, presumo que tenha sido o cê-dê-single que mais ouvi.

na altura o coliseu não estava cheio e eu andava na faculdade.
hoje, e a ver pelo que vi na net, parece-me que estou outra vez na universidade.
(como não me apetecia retomar o mestrado (que a meio deixei) decidi tentar uma nova licenciatura): a-ver-vamos.

terça-feira, 15 de julho de 2014

take on me [2014] aqualung

seria incapaz de escolher a minha série favorita;
e se me pedissem para escolher um par ou um trio, também não-sei-não.
assim como não saberia escolher quais as quatro ou cinco (ou mesmo as seis).
no entanto, e se o número fosse o sete, aí talvez arriscasse:
arrested development;
blackadder;
fawlty towers;
monty python's flying circus;
oz;
seinfield;
six feet under.
de-modos-que escrever isto é um-tanto-ou-quanto palermo-idiota,
até porque me estou a lembrar de umas quantas que... grrrrrr...
anyway, vi um episódio da grey's anatomy e reconheci uma voz:
era a do matt hales (a.k.a. aqualung).
e apesar de gostar bastante dos álbuns deste senhor desconhecia semelhante cover:

segunda-feira, 14 de julho de 2014

i will always love you [2012] chris cornell

o original sempre me passou ao lado;
quer-se dizer "ao lado" (propriamente dito) era difícil,
até porque à época a música passava amiúde na éme-tê-vê,
(e ainda hoje quando a oiço vejo a cara do costner...).

no entretanto o tempo passou, (passa sempre)
e há coisa de um tempinho (mais dia, menos ano; não sei precisar)
ouvi  o senhor cornell a cantá-la.
há quem diga que se este senhor podia até cantar a dica-a-semana
que (invariavelmente) haveria de soar bem.
não sei se chegará a esse ponto,
e duvido que ele algum dia musique a dica-da-semana;
mas deu-lhe para cantar esta música.
sim, deu-lhe para cantar esta música que eu nunca apreciei.
e sim, deu-lhe (mesmo) para cantar isto,
e não, não passei a gostar da música,
mas sim, passei (mesmo) a gostar do momento que se segue.

...sim, este sim's-e-não's eram escusados, mas quem me manda a mim ver e rever amiúde os vidos da vicky pollard...

domingo, 13 de julho de 2014

pri(n)celess

em breve este video será removido;
tal como o foi num passado (mesmo) recente.
pensei não voltar a vê-lo ou ouvi-lo
e, quem diria, no entretanto reapareceu.
de-modos-que enquanto estiver disponível
talvez seja crime não o ver.

este post será (naturalmente) removido assim que o mesmo for removido da respectiva localização- enjoy it while you can.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

you always hurt the ones you love [2011] ryan gosling

já escrevi sobre esta cover algures-aqui:
e esta é daquelas que para mim é uma espécie de cover invertida:
primeiro conheci a cover e só depois a original.

não me seria difícil voltar a falar dela:
é daquelas que volta-não-volta volto a ouvir
e, sim, é daquelas de que ainda não me cansei.

e sim, não vou escrever por outras palavras aquilo que já escrevi algures aqui.
mas não o escrever, não me impedirá de ser chato e postar de novo o video aqui:



no entretanto fui ouvindo a original; que na verdade não é bem original
na verdade, a original é um standart que foi tocado amiúde por diversas bandas de dispersos modos:
umas mais conhecidas, outras nem por isso e foi no entretanto (das-entre-tantas)
que me deparei com um vídeo todo-pinoca-e-nada-piegas onde a música é acompanhada
por diversas e dispersas cenas de filmes que vi e gostei e de outros que desconheço:


fight club; a clockwork orange; one flew over the cuckoo's nest;... you name it.

sooner or later

tenho para mim que isso do vale-mais-tarde-que-nunca é um tudo-ou-nada relativo;
nomeadamente ao nível de um pontapé nos tomates
(em que, e parecendo que não, vale mais nunca que (mais) tarde).

quarta-feira, 9 de julho de 2014

depois do tempo já não tem piada #2


depois do tempo já não tem piada...



beautiful [2007] elvis costello

ouvi-a num episódio do House m.d. (mais ou menos antes ou depois de descobrir que o éme e o dê eram, e não eram, as iniciais de médico doutor).
a original, escrita por Linda "what's-going-on" Perry para a Aguilera pouco ou nada me dizia; (mas-vai-daí,) e o senhor Costello decide-se a cantar sobre a beleza com o teardrop dos Massive Attack a acompanhar.

e fartei-me da cover à força de por demais a escutar;
para voltar a ouvi-la por força de a ter deixado de ouvir.
(basicamente,) ouvi a cover até a exaustão,
chegando ao ponto de (também) ouvir a original de quando em vez.

desconheço porque nunca a considerei um mash-up, mas sempre a vi como uma cover:
a cover da linda-meets-christina-que-depois-meets-costello-e-os-massive;
uma salganhada que, para mim, nunca nada de salganhada teve.

terça-feira, 8 de julho de 2014

the weight of my words

a promoção era clara: um quilo xl a um preço xis-pê-tê-ó.
o que para mim não era claro era o (próprio) quilo xl: e quê, pesa um quilo ou pesa um quilo e mais um bocadinho? e há quilos xs? e se há, é um quilo mitrado ou na verdade também pesa um quilo? e seu eu continuar a engordar, posso dizer que peso o mesmo só que em formato xl?

(quer-se dizer,) às vezes penso que parei no tempo e outras acho que comecei a regredir:
não sei escrever de acordo com o (des)acordo ortográfico
nem ler as ésse-éme-ésse que me enviam cheias de kapas e afins;
plutão também já não é um planeta;
e no entretanto os pesos vêm em medidas...
... mais um par de anos e sou oficialmente um analfabeto.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

rhythm is a dancer [2010] the last kinection

yeap, lembro-me desta música passar nas discotecas;
e, sim, lembro-me de a acompanhar com uns bizarros movimentos
(a que na altura chamaria de dança).
no(s) entretanto(s), passou o tempo e passou-se-me a música:
deixei-a naquele baú dos êxitos dos oitentas e noventas que (ainda) não foram revisitados.

há um par de anos deparei-me com uma nova versão:
despida da original batida, apresentava uma nova roupagem:
mais serena e menos datada; mais melodiosa e menos speedada.
é certo que os tempos, assim como as vontades, são uma cena que muda,
tão certo como infinita ser a estupidez humana (já que quanto ao universo permanecem as dúvidas)
e assim se revisitou a música, mantendo-se aquele pedaço de inqualificável prosa que nos diz:

...i'm serious as cancer... when i say rhythm is a dancer...

chemical world (reworked)

disse-me que aquele era o chá: que era adelgaçante e (também) refirmante; que tinha o seu quê de desintoxicante e (também) de diurético; e que, para além de tudo, valia pelo seu sabor único e extremamente agradável. claro está, acrescentou, que não era miraculoso e que os resultados seriam visíveis se também me alimentasse de um modo saudável e fizesse exercício amiúde.

no shit, se me alimentasse (religiosamente) de um modo saudável e fizesse exercício amiúde, porque raio haveria eu de beber um chá de legumes com travo a anis?

sexta-feira, 4 de julho de 2014

billie jean [2012] chris cornell

sem meia branca em sapato preto;
sem círculos que ora se acendem e ora se apagam;
sem a batida e os típicos sons dos oitentas;
apenas guitarra e voz:
less is more?

sign your name

nada contra ou a favor, (até porque) se há um género que se pode queixar da descriminação será o feminino. mas, e ainda assim, acho que vou acrescentar ao cê-vê que entre mil-nove-e-troca-o-passo e dois-mil-e-tal trabalhei num circo como mulher-barbuda. (ou) como dizia hagá: o não é garantido.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

let's dance [2003] m ward

sempre gostei de covers, também gosto muito de bacon, mas hoje não é esse o tema.
[... you know, that's not the point... it's complex...]

gosto de ouvir bandas que gosto a tocarem músicas que me passaram ao lado e,
gostos de ouvir bandas que me passam ao lado a tocarem música que (realmente) gosto.
por vezes encontro músicos que gosto a tocarem músicas que gosto, é raro (e tem tanto de bom como de raro).
[.... let's sway... while color lights up your face...]

presumo que já o tenha escrito, mas reitero-o: gosto (mesmo) de covers;
(especialmente) das que descubro por aí, escondidas entre um alinhamento de um álbum ou semi-perdidas nos vastos internéticos confins.
[(já) de músicos que só fazem covers e álbuns de covers não gosto tanto: há mais piada numa goma perdida (do) que num generoso saco que nos atafulha o estômago.]

volta-não-volta colo numa cover, depois descubro uma nova, depois regresso a outra, num vicioso ciclo que ora se alarga (e) ora se estreita e ao qual invariavelmente volto.
[... if you say run, i'll run with you...if you say hide, we'll hide...]

pensando nas que mais ouvi, uma (delas) será (invariavelmente) a do senhor m. ward: pegou numa espécie de pós-disco dos oitentas, um dos maiores singles duma recheada discografia, e descarnou-o: trocando a dançável batida por um introspectivo compasso. a música é a mesma e simultaneamente é outra (total e completamente) diferente: é como um vamos-dançar-(mas-melancolicamente-sentados).
[...if you should fall... into my arms... and tremble like a flower...]

introducing the hardline according to terence trent d'arby

(ainda) mal acordado recebi uma ésse-éme-ésse que me arrancou uns quantos sorrisos. li-a e ri; reli-a e voltei a sorrir.e depois voltei a lê-la e a naturalmente voltei a sorrir.

nada tenho contra os elogios, mas um bom "insulto" de um grande amigo é, por vezes, o melhor dos bálsamos.

um abraço, (caro amigo e,) desculpa-qualquer-coisinha.


quarta-feira, 2 de julho de 2014

holding on to you

tomei café, como tomo sempre café pouco depois de acordar. estranhamente, e em vez dos (monótonos) singles do costume, dei por mim no café a ouvir terence trent d'arby.
[...I left the east side for a west coast beauty...]

há muito que não ouvia terence trent d'arby: lembrei-me do secundário e das tranças que fiz à pala deste senhor. a sua música nunca foi das minhas preferidas, mas gostava muito de um dos seus álbuns, (assim como das suas tranças). lembrei-me também que nos primeiros tempos que as usei, o meu pai não me falou. presumo que para um militar não fosse fácil jantar tendo à sua frente um filho sob umas dezenas de trançinhas.
[...they say that all poets must have an unrquited love...]

anyway, vim para casa e percorri todos os sites de empregos ao som de terence trent d'arby. site a site, mail a mail, tudo foi agrupado na pasta de "nada-desta-vista". ou seja, tudo igual a ontem e a anteontem. (mas) com a diferença que hoje deu-me para ouvir terence trent d'arby.
[... goodbye picasso, hello dali...]


terça-feira, 1 de julho de 2014

heinrich maneuver

nestes (conturbados) tempos contemporâneos,
é por vezes difícil manter o equilíbrio,
(especialmente) depois de uns quantos gins.

domingo, 29 de junho de 2014

dancing with myself

sempre que há grandes eventos futebolísticos, como exemplo o mundial de futebol que agora decorre, surge o debate sobre os profissionais futebolistas poderem, ou não, pinar durante os estágios: há quem diga que sim, há quem argumente que não e há, também, quem defenda que pelo menos durante os jogos será algo a evitar.

de-modo(s)-que a questão que se põe é: porque-raio ninguém questiona a prática de masturbação durante um torneio profissional de ténis.
e quê, é considerado treino? aquecimento? ou é uma cena a evitar por, parecendo que não, poder propiciar lesões?

sábado, 28 de junho de 2014

i know

finalmente percebi o porquê da selecção de Portugal regressar após a fase de grupos. é que, parecendo que não, uns quantos já não aguentavam os noventa minutos; (e) quero nem imaginar quantos chegavam aos cento e vinte.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

summertime sadness

hoje, a propósito de uma pergunta que tinha feito, tinha um cena-tipo-reunião na Junta. de-modos-que lá fui.
cheguei (antes de hora) e pediram-me para esperar um bocado, e um (bom) bocado depois lá uma senhora me chamou.

apresentou-se e convidou-me a sentar; (e eu) apresentei-me e sentei-me.
disse-me para falar; e eu falei-lhe dizendo que pensava que estava ali para (a) ouvir.
disse-me que sim e que não, e lhe falasse das razões para (eu) estar ali.
como "razões" é plural, disse-lhe que estava desempregado e (ainda-por-cima) não tinha emprego.
[mau, pensei eu, mas isto é para me orientar ou para me analisar?]

falou-me que podia fazer isto, aquilo e aqueloutro;
disse-lhe que fazia aqueloutro amiúde, e o isto-e-aquilo (já) faziam parte do meu dia-a-dia.
referiu-se também a um curso básico de inglês acrescentando que de nada me serviria.
concordei e acrescentei que mais valia deixar a vaga para quem dela precisasse.
[ok, pensou o meu aliviado eu, isto não é análise mas sim orientação.]

falou-me de subsídios e de estágios especiais para específicos casos;
os que ofereciam melhores regalias implicavam que eu fosse pai.
[definitivamente o incentivo à natalidade faz-se de um estranho modo.]

continuou a falar de incentivos e eu continuei-lhe a dizer que não estava qualificado para nenhum deles. finda a explicação, pediu-me o mail.
[ok, queres ver que (isto) não é análise nem orientação, (mas) apenas speed-dating?]

disse-me que me iria inundar o mail com propostas, formações e demais informações.
disse-me também que a minha presença ali contava como uma activa procura de emprego e de-modos-que me iria passar o respectivo papel. entregou-me o papel com tamanha alegria que me obrigou a guardar para mim um yupi-de-contentamento.

agradeci-lhe o gesto e com um gesto ela disse-me que o meu tempo tinha acabado. despediu-se dizendo que haveria mais gente à espera;
(e eu) despedi-me desejando-lhe um bom fim-de-semana.
saí e passei por uma vazia sala de espera. olhei para trás e via encolher os ombros e recolher-se (para o seu gabinete).

decidi vir a pé para casa e, pelo caminho, refiz mentalmente o diálogo daquela espécie de reunião. na verdade, e parecendo que não, esta minha deslocação à Junta foi tão (ou mais produtiva) que a ida da nacional selecção ao Brasil.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

failure [alfie remix]

Portugal perdeu o primeiro jogo;
Portugal, e ao cair do pano, empatou o segundo;
Portugal, e graças a um golo do Gana, ganhou o terceiro;
Agora sim, estamos preparados para golear.


ok computer

passei a manhã a tentar instalar o scanner no computador.
liguei e desliguei cabos e instalei e desinstalei drivers.
procurei fóruns e li-os em zapping e depois reli-os com atenção.
descobri janelas no windows (no shit,) e uma série de definições.
passadas todas estas horas confesso que não me chateia o tempo gasto,
o que me aborrece é desconhecer se fui ou não bem sucedido:
o que (parecendo que não,) é complicado pois o computador (agora) não liga.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

charles caleb colton [dixit]

"há enganos tão bem elaborados que seria estupidez não ser enganado por eles"

domingo, 22 de junho de 2014

why don't you find it for yourself

-  chega-te à minha beira para tirarmos um selfie.
(de-modo(s)-que é isto) a evolução do género humano é chamar alguém para tirar uma selfie.

shoot the runner

findou o jantar e demos um salto à (itinerante) feira popular: (o que, na verdade, era) uma série de barracas que circundavam a rotunda com vista para a casa-da-música.
éfe escolheu a pseudo-pistola. falhou um tiro e não teve direito a um peluche.
éne optou pelos dardos, falhou dois balões e não teve direito a um peluche.
hagá não acertou numa lata, e (naturalmente) não teve direito a um peluche.
(já) eu fui para a barraca ao lado, e não é para me gabar, mas não derramei nenhuma cerveja.

failure

não conhecia a maioria do pessoal sentado à mesa de jantar. optei por (os) ouvir, acreditando que no entretanto me ocorria algo de inteligente para dizer.
sucedeu-se o yada-yada-ydada de assunto em assunto até se começar a discutir o que cada um iria jantar.
escolhe isto, que é bom, disse alguém que eu mal conhecia.
- nunca cá estive, que recomendam? questionou o hagá,
- quero uma pizza... (é que) não como uma há mais de quinhentos anos... disse a senhora (que eu não conhecia).
- a sério, disse eu, pensava que era ligeiramente mais nova.
o silêncio que se seguiu levou-me a acreditar que talvez pudesse ter escolhido outras palavras.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

about today [live]


estar desempregado é ver passar as sextas
tal qual passam quaisquer outros dias.
há uma semana a findar,
mas não é a mesma coisa.
há um fim-de-semana a espreitar,
mas não é a mesma coisa.
o dia não passa tão devagar,
e não, não é a mesma coisa.

oh, a palerma (da) nostalgia.
oh, a idiota (da) melancolia.
(e) oh, a imbecil (da) (não)-poesia.

penso como será o (meu) final de tarde,
(e) uma dúvida principia a me atormentar:
minis fresquinhas ou tónicos gins?



quinta-feira, 19 de junho de 2014

take on me [covered by aqualung]


hoje acordei à hora certa; o que, quando (des)ocupado se está,
é tão importante como um enfeite de natal no hanukkah.

mal desperto, e com o café (ainda) a meio, fui atacado por um otoverme: era o take on me. (quer-se dizer), não bastava já o desemprego, que parecendo que não é coisa que aborrece, e agora (ainda) tenho de ouvir mentalmente os a-ha.
[...we're talking away, i don't know what i'm to say...]

sim, quem me conhece dirá: ah-e-tal não sei porque te queixas, volta-e-meia ouves o i want love, de-modo(s)-que-não estou a ver a diferença.

mas não, não é igual, na verdade é (bem) diferente. confesso que gosto do i want love e tenho outros guilty pleasures nas minhas playlists; mas nunca o take on me. esse tenho-o agora, mas na cabeça, e em forma de otoverme.
[...so needless to say, i'm odds and ends...]

e tento-me concentrar-me e...
[...take on me...]
e tento focar-me e...
[...i'lll be gone...]
e solto um f*da-se e...
[...tiri-tiri-tiri-tiiii...]

dizem que há dias que mais vale não sair de casa,
e pode (até) haver uma certa razão nisso,
mas, fuck, eu hoje ainda nem saí de casa,
de-modo(s) que quero nem opinar sobre o assunto.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

in the waiting line

acordei e liguei o computador; pouco depois concluí os mínimos olímpicos da (des)ocupada rotina. ainda assim, havia em mim a sensação de algo faltar. (re)chequei o mail e os (des)empregrados sites e népias. e a sensação do faltar algo mantinha-se. lembrei-me dos tempos em que trabalhava e em que do nada me pediam mil-e-duas-cenas; e eu (lá) escrevinhava tudo num papel e desenhava (também) uns quadrados par lhes aplicar um visto sempre que concluía algo. (ainda assim) havia dias em que depois de aplicar o final visto ficava com a ideia que me podia ter faltado algo. tal como hoje, mas agora, como estou (des)ocupado essa sensação tornara-se mais estranha.
primeiro pensei que era um recalcamento. depois concordei comigo e concluí que só podia ser um recalcamento. depois lembrei-me que o prazo para a apresentação-na-junta terminava amanhã e coloquei a pasta (e o calhamaço) na mala e saí disparado.

esperar por autocarros não é (bem) uma espera. é mais uma espécie de sono de canídeo com orelha levantada. volta-não-volta dá-se um passo à frente para tentar perceber qual o número do autocarro que se aproxima. de-modo(s)-que recorri ao plano cê: acendi o cigarro, dei duas passas e o autocarro apareceu.

na junta não estive sequer um quarto de hora: tirei a senha, ouvi uma senhora queixar-se do tempo de espera, um senhor preparava-se para concordar com ela, mas no entretanto o electrónico quadro piscou e ela lá entrou; pouco depois entrou o senhor e logo a seguir foi a minha vez; assinaram-me a folha e (com simpatia) tiraram-me um par de dúvidas; detive-me à saída a olhar para um papel e, ainda deu tempo para ouvir um (outro) senhor queixar-se (da espera). saí, consultei o relógio e sim, não tinha passado um quarto de hora. (lá está, quando se tem um livro e se tem tempo, a espera é sempre curta.)

vim para casa a pensar nisso; (nisso) e no queixume. eu queixo-me amiúde, não desgosto de me queixar e por vezes até me distraio e resvalo para a pieguice. mas, quer-se dizer, há uma linha que separa o queixume-piegas (tipo-o-síndroma-do-homem-constipado) da indignação-não-racional: tudo bem que as pessoas se podem queixar (do tempo) da espera, mas não seria melhor esperar cinco ou sete minutos antes de iniciarem o monólogo?


terça-feira, 17 de junho de 2014

everyday is like sunday

ontem o dia principiou por nem correr bem nem mal; antes pelo contrário. depois lá chegaram as cinco, e se por um lado era suposto haver um jogo entre duas selecções, por outro, apenas uma é que decidiu jogar. a surpresa é que não foi surpresa nenhuma: não há nada de incomum em ver Portugal "de-quatro" perante a Alemanha.

anyway, o dia lá continuou ao ponto de comentar o meu (próprio) post. é oficial: largos minutos têm as horas de um (des)ocupado dia. ou, como diria não-sei-quem: podia dar-te para pior, mas (também) não estou a ver como.

eis-me agora a descrever o dia de ontem e a constatar o drama em que enfiei: perdi o meu ódio de estimação, fuck; estar (des)ocupado é passar uma segunda-feira sem a odiar. e não há como um ódio de estimação. (e) o meu ódio de estimação era a segunda, e agora passa a segunda e eu, nem por um segundo, a odeio. é-que-nem-é-bom.

tenho de arranjar um plano, órfão do meu ódio de estimação é que não posso ficar. (agora) há em mim uma necessidade de planear o: "ódio às segundas: o regresso". pergunto-me o que faria o grande génio do século vinte perante esta situação? (já pesquisei o catálogo da acme e nada me chamou a atenção).

talvez o segredo esteja na playlist. criarei um playlist específica para tocar às segundas: pan pipes play celine dion love songs, intercalado: por gravações de crianços sem jeito para a música a tocar clássicas partituras ao piano ou violino; êxitos dos noventas e oitentas que não eram suficientemente maus para serem bons; hinos de partidárias campanhas; singles daquelas (desconhecidas) bandas dos programas da manhã e da tarde que fazem o tradicional pimba parecer erudito; e tanbém as baladas daquelas bandas que se julgam rock e (na realidade) fazem um uma cena fê-éme tão cool como uma beterraba numa fruteira. isto e one direction's e afins.

yep, será a playlist das playlist's e eu, bem, eu já me vejo a lentamente principiar a (re)odiar as segundas.
pronto's. (e) é isto. fiquem bem que eu vou ali a um sítio ver se encontro outras melódicas pérolas para compor o (genial) plano.



segunda-feira, 16 de junho de 2014

it's no good

há um par de semanas foi massive attack; e na passada semana foi depeche mode; para a semana que hoje se inicia ainda não me decidi pela banda sonora do meu (des)ocupado tempo.

como se indefinição se arrastava, optei por ligar a televisão num qualquer noticioso canal.
[ok, o televisivo yada-yada-yada é uma companhia que, parecendo que não, (até) distrai. de-modo(s)-que decidi desligá-la quando (finalmente) elegesse a banda (ou ouvisse cê-érre-sete mais que trinta e seis vezes.)]

(ainda) não passaram vinte minutos e já desliguei a tê-vê. (e,) a banda sonora continha por eleger: the national? bowie? blur? num-sei.

sei que gosto de futebol, mas daquele que dura noventa minutos e que começa e acaba com o apito do árbitro. (já) quanto aos infindáveis pormenores pré-jogo, com filmados directos de hora-a-hora intervalados por comentadores sempre prontos a tudo dizer para nada acrescentar, (já) não tenho paciência nem pachorra.

a tê-vê permanecerá desligada até à hora do jogo. pixies? pavement? jeff buckley? (ainda) num-sei.
sei que são onze contra onze e no final ganha a Alemanha, de-modo(s) que, vamos lá Portugal, vamos ser a excepção que confirma a regra.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

sure

nesta (portuguesa) vida há dois tipos de certezas:
a certezinha-absoluta e ouvir os jardins proibidos em qualquer karaoke.
da primeira não tenho (assim) tanta certeza.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

pray for rain

ontem postei que precisava de férias, e depois comentei que não pode chover sempre.
e hoje, naturalmente, está um lindo dia.

quer-se dizer, nas (poucas) férias que gozei enquanto trabalhava, o bom do são pedro brindava-me sempre com chuva (daquela-que-cai-certinha e ainda por cima molha); agora que estou desocupado aparece o bom tempo.
quer-se dizer, eu que precisava de uns ténis agora tenho que comprar uma samarra.

é que, parecendo que não, ainda me chamam para uma entrevista e depois, como é?
o tipo olha para mim com aquele ar de:
[pois, pois, estou eu aqui com uma cor de bife de perú e aparece-me este marmanjo todo bronzeado, tu deves ser bom é a trabalhar para o bronze....]
e diz-me algo como:
sim, sim, gostei muito do seu currículo, (vá lá à sua vida que) nós depois entramos em contacto consigo.

e lá está, como aprendi na assertiva formação, depois a resposta é tão certa como um nada-desta-vida.
e sabem o que é um nada-desta-vida? exacto, é um nada-desta-vida.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

a question of time

desloquei-me ao centro-de-emprego com a confiante confiança de quem tem em sua posse um papel assinado com a nota (de) que o mesmo não pode ser assinado.

tirei a senha, sentei-me e meio micro-capítulo depois (já) era a minha vez.
[quer-se dizer, ouve um gajo histórias e queixumes de intermináveis esperas e vai-se a ver ler e nem para um par de páginas dá.]
[ok, a verdade é que não é bem assim; na verdade, padeço do síndrome-murphyniano-da-(des)proporção-dos-números: os minutos que espero são inversamente proporcionais ao número de páginas do livro que estou a ler.]

a senhora que me recebeu era de uma educação exemplar....(mente-inexistente). era notório que o meu desemprego estava a transformar o seu emprego em trabalho: cada dúvida que lhe expus foi-me devolvida com um revirar de olhos e meia dúzia de palavras tão esclarecedoras quanto um manual de bases metoxiladas para manipulação fenilquilamínica.
remeti-me ao silêncio e (lá) recebi o novo papel: uma cena tipo renovação de contracto do termo de identidade e residência. desejei-lhe um resto-de-um-bom-dia e pela expressão da senhora nem quero saber o que mentalmente ela me desejou a mim.

de-modos que é isto: parecendo que não estou a precisar de umas (boas) férias.
[e-é-isto, um tipo desempregado há pouco mais de um mês e a achar que já precisa de férias... é por isto que este país...enfim.]

segunda-feira, 9 de junho de 2014

wolf at the door

se as meias-patilhas não foram responsabilidade minha, o mesmo não posso dizer da ideia de ter aparado apenas metade do cabelo. de-modos-que acordei como o sideshow bob (mas sem a vontade de matar o bart em particular).

não havia em mim a excitação de último dia de aulas, mas sabia que depois de almoço estaria mais aliviado.

vamos finalizar falando de tipos de pessoas; sabem, não somos todos iguais... há pessoas assertivas, outras que são activas, e naturalmente também existem as passivas....
[só o idiota da mesa do meio se riu, mas lá parou quando se apercebeu que era o único.]

...mas antes umas senhoras falar-vos-ão de uns cursos com muita procura no mercado de trabalho.
[não dúvido, mas procurar vender cursos de quase três mil euros a um grupo de desempregados parece-me tão pertinente como procurar fazer negócios com vegatarianos em feiras de enchidos transmontanos]

bem, para não vos chatear com as diferentes definições dos diversos tipos de pessoas, vou-vos mostrar um filme....
[ok, o melhor é tentar não arriscar um palpite, mas a arriscar inclinar-me-ia para o grande ditador.]

o filme é o crash...
[cronenberg... não posso, por esta não esperava eu, (só) não estou a ver a relação, mas tudo bem.]

o filme tem uma década, mas continua actual...
[ok, afinal é o do paul haggis, e assim já faz (mais) sentido; se tens uma audiência de (forçados) desempregados, que poderá haver de melhor que um filme que mistura diversas personagens em conflitos vários, com o desespero a funcionar como uma constante e os preconceitos a multiplicarem-se; (enfim) uma história feita de múltiplas histórias onde há sempre alguém pronto a passar-se ou pura-e-simplesmente a explodir.... uma história de pedaços de histórias (in)varialmentes tristes e injustas.]

e no entretanto terminei a assertiva formação; dentro de um par de meses receberei o certificado. mal posso esperar: qual licenciatura, qual pós-graduação, qual quê? com esta adição às (minhas) habilitações académicas já ouço o emprego a bater-me à porta. é só um segundo, vão fazendo fila que eu já vou.

sábado, 7 de junho de 2014

mercy in you

acordei (demasiado) cedo, saí de casa e dei por mim perto de um cabeleireiro. o (meu) reflexo dizia-me para eu entrar; reparei que estava vazio (tipo às moscas, só que sem moscas) e entrei.
[pois, têm razão, ainda estava meio adormecido e nem me lembrei da assertiva formação. na-volta ainda chumbo. e daí que talvez não, não podendo ir a entrevistas durante o período da assertiva-fomação, talvez isto passe. espero eu.]

uma vez lá dentro, pedi para cortar o cabelo e aparar a barba e, quando abri os olhos, tinha umas micro-patilhas. quer-se-dizer, a barba, tudo bem, de quando em vez ainda a aparo; agora as patilhas? (quer-se-dizer) as minhas patihas? há muito que os meus ouvidos são acompanhados de patilhas; maiores ou menores, mas sempre a acompanhar a totalidade das orelhas. a meio, não. no entanto é a meio que estão. podia ser pior, mas nem por isso é bom. e agora? não acho piada nenhuma a isto.

de-modos-que ainda agora vi o meu reflexo e deu-me para escarnecer de mim; (confesso que) não resisti.
de-modos-que agora estou amuado comigo, não me pareceu correcto que eu mesmo, troçasse de mim; não daquele modo. 
por outro lado, ao ver o meu reflexo fui incapaz de não me escarnir. (e) é isto. estou num modo bipolar em que ora gozo comigo mesmo oro amuo comigo por comigo ter gozado.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

everything counts

os dias de formação estão de volta, e há em mim toda uma emoção do tipo inexistente. mas o que tem de ser, tem muita força; e à força de ter de ir, lá vou.
chego cedo; (e) a conta-gotas (lá) vão surgindo os outros formandos; há neles uma emoção em tudo semelhante à minha, e se somássemos todas essas emoções obteríamos uma percentagem em tudo semelhante à percentagem de álcool numa cerveja sem álcool; ou seja, se se medisse a (nossa) vontade numa escala de vinhos, estaríamos (todos) ao nível de uma plástica garrafa de fanta uva.

sucede-se o momento da boa-educação-a-pacotes; (e) todos fazemos o gesto de deixar o outro entrar primeiro... é só boa educação e estender-de-braços e no fim, esgotadas todas as cerimónias, lá (lentamente) entramos; um-a-um, sem pressas ou confusões.

recebi os vossos mails, comunica a formadora, alguém não me enviou as provas de procura de emprego?
[nop, todos fizeram os tê-pê-cês, nenhum gato comeu os tê-pê-cês e nenhum autocarro se atrasou; ou noutras palavras, uma turma exemplar.]

ainda não vi tudo; mandaram-me tanta coisa...
[e quê, queres ver que a malta desempregada emprega o tempo a procurar emprego? quem diria...]

bem, hoje vamos falar de entrevistas-de-emprego; como ir, o que fazer, como se apresentar, essas coisas...
[pois, até porque como já sabemos que mais vale faltar a uma entrevista do que faltar à assertiva formação, o melhor mesmo é aprendermos o que fazer numa entrevista de emprego quando não pudermos faltar por estarmos a ter uma formação que nos ensina a procurar trabalho...]

por exemplo, as mulheres às vezes até vão ao cabeleireiro para se arranjarem. isso dá a imagem que gastam dinheiro em cabeleireiros, e lá está, poderão ser logo excluídas. o melhor mesmo é arranjarem (vocês) o cabelo, ou então pedirem a uma amiga com jeito-para-a-cena para vos dar uma mãozinha.
[pois, não estou a ver nenhum amigo (meu) com jeito para me pôr gel no cabelo, de-modos-que o melhor é começar a pensar nisso, ou então inscrevo-me numa capilar formação de vinte-e-cinco-horas e (sempre) fico apto para ajudar quem precise (de semelhante serviço).]

se tiverem um bom carro, não o estacionem no parque ou perto do local de entrevista; eles depois vêem que vocês têm um bom veículo e vocês ficam logo excluídos.
[bem visto, ainda hoje andei de metro e era uma carruagem toda moderna, a ver se não repito o erro; para a próxima vou de autocarro, e só apanho um que já esteja a pedir a reforma (até porque se for dos novos, lá está, sou (logo) excluído).]
[ok, estou a exagerar, o meu micro-carro têm mais de uma década, de-modos-que se calhar aparecer com meio-carro até pode ser um bónus.]

falei-vos dos carros, e o mesmo se aplica aos acessórios... não apareçam com malas ou brincos caros, porque (lá está) eles vêem que vocês estão bem e (que) não precisam de trabalhar e upa-upa, ficam logo excluídos....
[e esta hein? por esta não esperava eu. tenho um relógio único (no sentido em que nenhum dos outros funciona); lembro-me de o ter comprado depois de uns tempinhos a poupar para ele. não é que tenha sido muito caro, mas também não foi barato. e eu gosto de andar de relógio, aliás, sempre que me esqueço de o pôr, saio de casa com a sensação que me falta algo, e depois, quando acabo por ir ver as horas fico a olhar para o pulso e lembro-me que me esqueci do relógio, o que depois me sucede em intervalos cada vez mais curtos....
de-modos-que, este post (já) está mais longo que um post muito longo e, em vez de escrever (ainda mais) o melhor é mesmo parar de escrever e, aproveitar que parou de chover, para ir à agá-e-éme (ou a uma qualquer asiática loja e comprar um relógio...]

quinta-feira, 5 de junho de 2014

just can't get enough

pausa na formação; e como tê-pê-cê (lá) teremos de procurar trabalho.
(ok, parei de procurar emprego em função do centro de emprego para começar a procurar emprego em função da assertiva formação. é oficial, a ideia de que eu possa procurar emprego em função da minha pessoa será algo que aos senhores não assiste.)

no entretanto há que me apresentar na junta de freguesia.
(tipo termo de entidade e residência, só que mais rigoroso).

aproveito para passear (um bocadinho) e lá me desloco à junta; (lá,) apresento o meu papel mas, como estou a frequentar a assertiva formação, o meu nome já não está na lista da junta.
(oba-oba, já não sou um desempregado; agora sou um (assertivo) formando; o que parecendo que não, e sendo a mesma coisa, faz toda a diferença.)

de-modos-que a funcionária (da junta) já não me podia assinar a folha e posteriormente dar-me um novo papel de apresentação; no entanto podia escrever na folha que, dado eu não estar nas listas, não podia assinar a folha. escreveu-o e depois assinou por baixo, dizendo-me que quando (eu) acabasse a formação teria que me dirigir ao centro de emprego para eles me darem um novo papel para eu depois passar pela junta para o assinarem.
(ok, finalmente descubro o que quero realmente fazer: quero assinar papéis depois de escrever que não os posso assinar. bolas, como é que eu não pensei nisso antes: rubricador certificado na óptima dos papéis que não posso rubricar.)

 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

karma police

tantos anos depois e tenho na caixa-do-correio uma carta que não é publicidade nem nenhuma conta para pagar. fiquei radiante, (já) nem me lembrava de tal coisa; fui ver e era do centro-de-emprego.
(ok, poderia ser melhor mas ainda assim é sempre bom algo diferente...).

era uma carta toda pinoca; tinha o meu nome completo e todos os números que me identificam segundo os diferentes organismos e no final anunciava que enquanto durasse a formação eu, na minha qualidade de formando-desempregado,  me encontrava isento de procurar trabalho.
(wiii e (duplo) cowabunga; haverá lá algo de melhor que ter uma carta do centro de emprego a isentar(-me) de procurar trabalho.)

[...for a minute there; i lost myself, i lost myself...]

serei só eu a achar estranho que (e no meio desta crise,) o pessoal do centro-de-emprego ache por bem gastar dinheiro em cartas e papéis para informar desempregados que durante as formações não têm de procurar trabalho?
(e quê, paro de procurar trabalho e vou para o sofá ver as tardes-da-júlia? ignoro a carta e continuo à procura de emprego? e se encontro, será que me repreendem? num-sei, parecendo que não, pouco ou nada há em mim de rebelde, de-modos-que penso que o melhor será não contrariar os senhores.)

[...this is what you get, this is what you get, this is what you get...when you mess with us...]

terça-feira, 3 de junho de 2014

be thankful for what you've got

a saga formação continua; e nada como continuar com o resumo-da-matéria-dada; ou seja mais uma par de horas sobre folhas-com-cheiros-impressas-em-várias-cores-e-com-beijinhos-fofos.
(ou, adaptando não-sei-que-título "largos-minutos-têm-duas-horas".)

no final um breve anúncio "depois de um curto intervalo irão ver um filme sobre empregados fabris e sindicatos".
(com esta não contava eu; e talvez seja por isso que me inscreveram nesta formação: o (des)emprego tem-me feito pensar em diversas-coisas-dispersas, mas nada que se relacionasse com tal tema.)

o intervalo passou como uma final dos cem metros.
(ou, adaptando não-sei-bem-quem, diminutos-segundos-têm-dez-minutos";

de volta à aula formação, já se projectava na parede o chapliniano tempos modernos.
(pois, tenho que tomar mais atenção às pistas. como posso eu não me te ter lembrado do filme perante uma sinopse tão óbvia?)

anyway, verdade seja dita que ter revisto o tempos modernos foi, definitivamente, um passo em frente para arranjar trabalho; (e) algo que, não fosse a assertiva formação, eu (jamais) me teria lembrado.
e agora? adiciono ao (meu) cê-vê o visionamento formativo do tempos modernos ou guardo esta temática para quando me chamarem para uma empregável entrevista causar um boa impressão mediante a minha opinião sobre o tema?

segunda-feira, 2 de junho de 2014

show must go on

continuo em formação, apontando (cuidadosamente) todas as pequenas minudências que possam, mais tarde ou mais cedo, fazer a diferença entre o arranjar (ou não) emprego.

"não imprimam o vosso curriculum vitae em folhas coloridas (...) o ideal é (mesmo) o papel branco".
(e eu que já tinha comprado umas folhas azul-cueca para entregar no Porto e umas amerelinhas-limão para enviar para o Estoril...)

"e também não imprimam os currículos em folhas com cheiro (...) imaginem que escolhem uma com cheiro a jasmim e depois quem recebe a carta é alérgico ao jasmim (...) lá está, ficam logo de parte".
(e é isto, tinha eu comprado bacon para barrar os currículos que envio para Trás-os-Montes e vai-se a ver e  (ainda) me arrisco, não só a continuar desempregado, como a ser perseguido por um vegetariano.)

"não fica bem imprimir o vosso currículo em diferentes cores (...) o ideal é (mesmo) imprimir a preto."
(quer-se dizer, andei eu a fazer um degradé com a experiência profissional em fúcsia e a formação académica em bordô e afinal o monocromático (preto) é que fica pinoca.)

"...e mais, apenas e só um tipo de letra, nunca mais (que um); não é complicado, é apenas-e-só escolher qualquer um e usar apenas esse".
(não é que discorde, mas tenho para mim que um comic sans, mesmo só e não acompanhado, tem o mesmo carisma que o (in)seguro tózé.)

"...ah, e no final na carta de apresentação não se despeçam com "beijos fofos"."
(pois, e eu que gosto (e uso amiúde) o saúdinha-da-boa lá terei que optar por um qualquer "cordialmente" ou (mesmo) um "com-os-melhores-cumprimentos".)

"...e lembrem-se (que) há determinadas áreas que não estão a recrutar ninguém"
(ao menos isso, porque eu tinha para mim que não eram "determinadas" mas apenas "todas".)

sábado, 31 de maio de 2014

still remains

vejo na tv os comentários do cristiano após a final da champions: "estou ligeiramente tocado, (mas) sinto-me feliz". no entretanto (ainda) não está recuperado e assim poderá continuar no próximo par de semanas.

num-percebo, eu quando estou ligeiramente tocado, bebo (mais) um par de tónicos gins até ficar mais compostinho, e depois; bem, depois posso até ressacar no dia seguinte, mas não preciso de um par de semanas para recuperar.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

wake me up when september ends

como (des)empregado que agora sou, tive um daqueles convites-que-não-se-recusam (nem se podem recusar) por parte do centro de emprego; qualquer coisa tipo uma formação em comunicação assertiva tipo técnicas e cenas para uma (correcta) procura de emprego.
é sempre bom quando o estado se preocupa connosco.

(e) é sempre bom voltar a acordar às sete para ir aprender a procurar a emprego. a primeira aula da formação não foi boa, nem má; antes pelo contrário. é sempre bom escrever o nome e os restantes dados em sete ou oito diferentes folhas.(obrigado pais por me darem seis-nomes-mais-um-"de"; é sempre bom passar um par de minutos só para escrever o nome numa legível letra.)

anyway, as expectativas eram baixas e surpreendentemente aprendi umas coisas. (quer-se dizer, não foram umas coisas; foi uma) e apenas uma, o que (vendo bem as coisas) nem foi mau de todo. antes pelo contraditório contrário.)

quando nos foi apresentada a calendarização das aulas, um formando levantou o braço e explicou que a próxima "aula" coincidia com uma entrevista de emprego. amavelmente, a formadora explicou-lhe (e explicou-nos) que ele podia justificar a falta à entrevista com a presença na formação mas que não podia justificar a falta à formação com a presença na entrevista. e, naturalmente, a falta à formação implicaria uma série de cenas-tipo-coisas-género-corte-de-todo-e-qualquer-subsídio.

de-modos-que é assim: enquanto estiver em formação-para-aprender-a-procurar-emprego convém não receber nenhuma proposta para ir a uma entrevista de emprego.

assim, e se o telefone tocar, as (minhas) palavras serão: "olhe, muito obrigado pela atenção e por me querer entrevistar mas eu (ainda) estou a aprender a ir entrevistas, de-modos-que o melhor é o senhor(a) marcar-me a entrevista para o dia ipsilon porque até ao dia xis tenho cenas-em-que-me-formar-(e-eventualmente)-aprender. de qualquer modo, obrigado pela atenção e pelo interesse, que eu assim que tiver acabado a formação respondo(-lhe) outra vez ao anúncio de emprego. ok? então-vá, saúdinha-da-boa e tudo-de-bom."

sim, (ele) há cenas-tipo-coisas que não compreendo mas, ao menos esta , (do ponto-de-vista-pata-metafísico-da-coisa)  faz todo o sentido.


quinta-feira, 29 de maio de 2014

david foster wallace #02

"worship your intellect, being seen as smart - you will end up feeling stupid, a fraud, always on the verge of being found out"

terça-feira, 27 de maio de 2014

carrot rope

lanchei uma cenoura enrolada em fiambre.
sabia que o (des)semprego seria complicado,
mas nunca me imaginei numa situação destas.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

you oughta know [covered by richard cheese]

volta-meia-volta ia ao mesmo restaurante;
fosse peixe, fosse carne, o acompanhamento era (invariavelmente) arroz e batatas.
e, (invariavelmente) ele pedia (sempre) batatas.
e, (invariavelmente) o empregado trazia-lhe sempre ou só arroz ou arroz e batatas.
e o tempo foi passando;
e se o pedido se mantinha, também o resultado se repetia.
às vezes ele (lá) dizia que tinha pedido só batatas.
e, (invariavelmente) ouvia um "ah...desculpe, enganei-me".
a situação não era de outro-mundo, mas parecendo que não principiava a chatear.
aos poucos começou a congeminar um pérfido plano de vingança.
iria tornar-se pintor e ganhar a confiança do empregado.
chegaria o ponto em que se ofereceria para lhe pintar a casa a um razoável preço.
e depois, (bem, depois) pintar-lhe-ia a casa em tons de amarelo-limão pontuado por azul-cueca.
e depois, (bem, depois) era esperar que o empregado chegasse, visse, contestasse a cor...
...e ele (sarcasticamente) responderia "ah...desculpe, enganei-me".

o (genial) plano estava definido e o relógio começava a contar.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

david foster wallace dixit

"you know, the whole thing about perfectionism. the perfectionism is very dangerous, because of course if your fidelity to perfectionism is too high, you never do anything. because doing anything results in; it's actually kind of tragic because it means you sacrifice how gorgeous and perfect it is in your head for what it really is."

sexta-feira, 25 de abril de 2014

vinte cinco d'abril sempre

(até) porque é feriado e não seria (de todo) chato
que todos os dias fossem feriado;
quer-se-dizer, e daí que
(talvez)... num-sei.

sexta-feira, 18 de abril de 2014

christiansands

este é o meu feriado favorito,
calha sempre a uma sexta.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

waterfall

sonhei com o futuro,
haviam embalagens de água em pó;
e era só juntar água
para se obter águinha-da-boa.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

black letter day

caros senhores do gê-meile;
soube, pelos vossos termos e serviços que têm visto a minha conta.
deste modo, e como tenho milhar e meio de electrónicas missivas por ler,
pedia-vos, encarecidamente, que me avisassem se algumas delas é importante.
grato pela atenção (e desculpem o incómodo), éme.


terça-feira, 15 de abril de 2014

it's a hard life

há em mim uma moleza tão molenga e preguiçosa,
que vai ser criminoso desperdiçá-la no trabalho.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

the stone roses: made of stone [2013] shane meadows

não é um grande filme, podia ser maior.
não é um grande documentário, podia ter mais músicas.
não tem o standing here, eu adoro o standing here.
escrito isto, e de acordo com a (comum) imparcialidade de qualquer fã:
it's legen... wait for it while i listen made of stone again... dary.
legen... as the first stone roses album...dary. legen... true fact... dary.

quinta-feira, 10 de abril de 2014

captain phillips [2013] paul greengrass

um homem com um agá grande
(n)um filme com um éfe pequeno.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

certain people i know

na mesa acumulavam-se os tónicos copos de gin.
e ele, entre risos, contava-me  uma estória:
e isto e aquilo e aqueloutro.
...e depois ele deu-lhe um xoxo na bochecha...
e yada-yada-yada e risos.
disse-lhe que num-percebi.
(e) ele, entre risos, recomeçou a estória,
e eu voltei a bloquear na parte do
...xoxo na bochecha.
e ele, rindo, continuou a estória.
e depois contou-ma outra e outra vez.
e eu, sem (conseguir) ouvir a estória:
o (meu) neurónio parava sempre no
...e depois deu-lhe um xoxo na bocheca.
e (eu) apenas lhe dizia que num-percebia,
e ele (lá) recontava a estória
que eu não ouvia
porque não percebia.
e ele não percebia
porque (raio) eu não me ria.
veio mais uma rodada,
ele, entre risos, foi contar a história a outros;
e eu, eu que lhe tinha dito e repetido uns quantos num-percebi
nem sequer lhe consegui perguntar:
o que (raio) é que um xoxo na bochecha?


terça-feira, 8 de abril de 2014

august: osage county [2013] john wells

os deliciosos diálogos femininos, intercalados por fumados cigarros que se apagam.
o drama e a inerente comédia apalavrados entre os cigarros que se acedem.
os fortes aparentam ser sempre fortes.
os fracos, no fim e no fundo, serão (sempre fracos).
é feliz quem quer (e pode) e (aparentemente) nem sempre se quer.
entre a bebida e droga, venha o dependente e escolha.
"viver a vida é como comer um par de fanecas;
pode ser delicioso, mas tem (muitas) espinhas;
tantas que por vezes se prefere salmão" (pê-há)
talvez uns quantos o tenham pensado,
eventualmente também uns quantos o terão dito,
mas foi pê-há que o escreveu,
e agora, quando se comparar a vida às fanecas,
ter-se-á que citar pê-há.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

like pixies in the sky


em matemática é simples: menos com mais é menos.
(já) na música a questão pode (ou não) ser diferente.
e é ouvir a voz de uma música (e de uma artista) que nada me diz
acompanhada por uma melodia de uma música (e de uma banda) que gosto.
like pixies in the sky
quanto ao resultado final, para mim é um mais.
(mas isso sou eu que acho piada a alguns mash-up's.)

domingo, 6 de abril de 2014

i want candy

a menos de um mês do desemprego
gastei cem euros em livros.
talvez venha a passar dificuldades,
mas não me faltarão páginas
para barrar com nutella.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

nebraska [2013] alexander payne

um bonito filme colorido a preto e branco.
uma viagem em tons de cinzento
num história que de cinzento nada tem.
há filmes assim, simples e bonitos:
que nos comovem e (também) nos fazem rir.

- era de setenta-e-oito?
- nop, era um buick de setenta-e-nove.
- aqueles carros (é que) eram bons,
- já não se fazem mais daqueles...
- yep, e são carros que vão funcionar para sempre...
- ainda o tens?
- nop.
- o que aconteceu?
- vendio-o quando deixou de funcionar.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

quelqu'un m'a dit

não há diferenças entre a mala das mulheres e a mala do sport billy;
acontece que ele encontrava o que queria à primeira
(e sem virar tudo para cima da mesa).

quarta-feira, 2 de abril de 2014

how i met your mother [2005-2014]

(já) nem sei o porquê de a ter começado a ver.
sei que comecei e no início era...
legen... can't wait for the next episode... dary. legendary.
com o passar das primeiras temporadas
o interesse foi(-se) esmorecendo.
e nalgum entretanto parei de (a) ver.
mais tarde, e perante o entusiasmo de um amigo, retomei-a;
para um par de temporadas depois parar de novo.
retomei-a quando soube que ia acabar,
e consumia-a; consumia-a
entre episódios que até tinham o seu quê de ...dary
e outros que claramente... not.
e eis que chegou o final
e com ele um enorme wtf.
(claramente) não gostei;
até porque... sei lá... não gostei.
sim, definitivamente não gostei.
até porque depois, (e pensando bem)
até que me pareceu que tinha gostado;
sim, momentos houve que me pareceu
ah e tal, até que percebo este final.
mas não, não percebi, não gostei,
embora possa até ter gostado,
(e daí que talvez não).
na verdade... num-sei.

terça-feira, 1 de abril de 2014

somebody told me

(que) hoje é um bom dia para (se) ouvir políticos.

segunda-feira, 31 de março de 2014

you only live once

comprei a men's health;
li a revista do princípio ao fim;
continuo gordo e fora de forma.
presumo que tenha faltado algo,
(só) não sei bem o quê.

sexta-feira, 28 de março de 2014

fashion

não tenho paciência para blog's sobre moda e cenas-tipo-tendências.
(agora) uma coisa é certa:
não percebo o porquê de um homem usar umas calças vermelhas.
(é que nem-é-bom.)

old before i die

não me chateia envelhecer,
(até porque gosto dos pelos brancos na barba);
o meu medo é outro...
... é que não queria (mesmo) nada passa a gostar do preço-certo.

quinta-feira, 27 de março de 2014

just (acoustic rare demo)

há grafit's que são (verdadeiras) obras de arte.
(já) eu prefiro uns (bons) chocos com tinta.

just

tenho todo o respeito pelas belas-artes;
mas não há nada como uma boa posta.

quarta-feira, 26 de março de 2014

book of stories

se desconheces o que não sabes,
és uma besta.

terça-feira, 25 de março de 2014

read my mind

(ainda) sou do tempo em que entrava numa livraria e me via rodeado pelo binómio ficção e não-ficção.
no entretanto os tempos mudaram e, (dados uns pares de passos,) vejo-me rodeado pelo contemporâneo binómio: como-cozinhar-coisas ou como-adoptar-a-dieta-das-cenas.
tinha prometido a mim (mesmo), que enquanto não terminasse o murakami e iniciasse a piada infinita seguido das (des)venturas do bravo svejk não compraria (mais) nenhum livro.
concentrei-me (então) nos rodapés e nos roda-tectos na esperança de ignorar as (in)termináveis filas de lombadas. não resultou, e entre o aqui-e-o-ali agarrei no nós (se influenciou o mil-nove-oitenta-e-quatro é bem capaz de ser melhor que o secret story) e pouco depois não resisti a um compêndio de artigos do david foster wallace (era-me impossível não ler o artigo sobre a (anual) entrega de prémios da indústria de karaté sueco).
anyway, (tenho para mim que) as livrarias são covis de vis e atafulhadas estantes que nos seduzem com mais páginas para ler quando o que precisamos é de (mais) tempo para ler as (acumuladas) páginas (ainda) não lidas.

"you know, the whole thing about perfectionism. the perfectionism is very dangerous, because of course if your fidelity to perfectionism is too high, you never do anything. because doing anything results in- it's actually kind of tragic because it means you sacrifice how gorgeous and perfect it is in your head for what it really is." david foster wallace





quinta-feira, 20 de março de 2014

you always hurt the ones you love

pedem-me para escolher uma música;
como se se pudesse escolher uma música como se escolhe a água tónica de um (tónico) gin.
(mas não,) não é assim.
não se escolhe uma música, ou pelo menos eu não (a) escolho. escolher uma música é uma espécie de cena-tipo-coisa que nem-é-boa. não é uma escolha, é uma não-escolha, o que fica não é a música escolhida, são as músicas preteridas, e isso não faço, a mim o medo assiste-me e na volta as (preteridas) músicas ainda amuavam e (depois) eu ficava privado de as ouvir. não, num-quero. (e), tal (como) uma (qualquer) criatura vil e baixinha, fugirei à questão.
sendo assim, (ou assim sendo,) aproveito para vos falar do blue valentine: meu guilty pleasure cinéfilo que, sem pretensões de ser uma obra maior, é um singelo retrato do amor eterno e de como a eternidade do amor pode durar um par de anos. o filme oscila entre as discussões do casal no presente e os flashback's dos (passados) tempos felizes. às três por duas, e durante um (curto) par de minutos, canta-se (num goofy tom) uma música pateta para nos mostrar o quanto o amor é palerma.
dura um par de minutos. bem menos que esta longa prosa que se queria curta. um par de minutos que teimo em ouvir, e ouvir...e ouvir.

you always hurt the ones you love, cover(ed) by ryan gosling.

o texto será lido e a música transmitida no programa ele&ela da rádio torre de moncorvo;
um programa que (não só) recomendo, como (, e se algum dia o ouvir,) sou (bem) capaz de o elogiar.

quarta-feira, 19 de março de 2014

2010 [1984] peter hyams

depois de ver o dois-mil-e-um pareceu-me por bem ver o dois-mil-e-dez.
qual quê; o que parecia uma boa ideia foi uma espécie de regresso ao (secundário) passado.
(ou seja,) foi como ler um bom romance e depois passar uma vista de olhos pelo resumo das edições europa-américa.

terça-feira, 18 de março de 2014

daybreak

como não com ando vontade de aturar gente;
decidi convidar-me (apenas, e só, a mim) para jantar;
sei que será complicado dividir a conta,
mas ao menos vou beber pelos dois.

sexta-feira, 14 de março de 2014

2001: a space odyssey [1968] stanley kubrick

atendendo que mais-vale-tarde-que-nunca, vi finalmente o filme.
foi(-me) impossível não pensar no little britain.

quinta-feira, 13 de março de 2014

sick & tired; rise & shine

o documento que me (des)anima tem dois tipos de tópicos: os (des)interessantes e os que nem-interessam-ao-menino-jesus. e eis-me (aqui) hoje às voltas com o tema: "portas interiores".
nada há de mais difícil que descrever o óbvio.
assim, posso (sempre) nada escrever e citar os escritos de pereira da costa em 1955:
"as portas interiores (...) são os vãos de batentes que funcionam nos portais abertos nas paredes divisórias das edificações".
a segunda opção será nada citar e arriscar a descrição do óbvio, o que descambou em algo como isto:
"as portas interiores são portas interiores porque se localizam no interior das construções, (pois) se se localizassem no limite seriam portas exteriores. é pois essa a grande diferença entre portas exteriores e portas interiores: quando se atravessa uma porta interior passa-se do interior de um compartimento para o interior de outro, (já) com as exteriores passa-se algo diferente: ou se entra no edifício ou se sai do edifício, porque se se passar de uma parte do edifício para outra, (lá está) não é através duma porta exterior mas sim de uma porta interior."
(de modos que) me encontro agora em mais um dos meus não-dilemas:
cito e não uso as minhas palavras?
uso as minhas palavras e nada cito?
intercalo com (pinocas) fotografias as minhas palavras com a citação?
uso só fotografias?
solto um par de espirros e meto baixa?

quarta-feira, 12 de março de 2014

prayer of dice

volta-não-volta dá-me para ourvir mash-up's. há sempre um no meio de noventa e sete que tem a sua piada. e depois existem os outros, desta vez fui brindado com uma (aterradora) miscelânea que combinava bon jovi com tiesto.
(definitivamente,) os filmes de terror são sobrevalorizados.

terça-feira, 11 de março de 2014

here is no why

que se faz depois de uns quantos pares de meses a ansiar pelo sol?
(naturalmente,) procura-se uma sombra.

segunda-feira, 10 de março de 2014

mellon collie and the infinite sadness

(na pior altura,) nada mais há de previsível que um imprevisto.

quinta-feira, 6 de março de 2014

happy [2013] pharrell williams

chateei-me comigo. again. (mas) desta vez optei por esquecer a máxima "(eu) perdoo mas não esqueço".
assim, e de um modo vil e baixinho, pus o despertador para as cinco da matina.
no entretanto adormeci; para depois acordar às cinco em ponto com um happy pharrell.
tinha para mim que aquela música era de uma palerma melodia contagiante. mas não; não o é, pelo menos não às cinco da matina. acrescente-se o facto de não ter voltado a adormecer e eis-me (aqui) mal-disposto.
não está a ser fácil. além da (épica) neura, a minha actividade cerebral apresenta a velocidade de uma repetição em câmara lenta de uma qualquer (técnico-táctica) jogada de curling.
o que nem-é-bom. (até porque) tenho que escrever qualquer coisa sobre "o-modo-como-as-vergas-se-aplicam-nos-tranqueiros-e-as-bacias-dos-mesmos-assentam-nos-socos" e apenas consigo pensar em vinganças e almofadas.

terça-feira, 4 de março de 2014

her [2013] spike jonze

comecei a ver filme e dei por mim a pensar no eternal sunshine of the the spotless mind;
depois principiei a questionar-me: (mas) porquê o eternal sunshine e não o blue valentinte?
(já) quase distraído travei-me de razões comigo:
ou vês o filme ou (tentas) pensar, as duas (é que) não.
e deixe-me perder por aquele bonito filme triste.
bonito e triste como só a (in)finita tristeza pode ser bela.
triste e bonito como só a melancólica beleza consegue ser triste.
(sim,) o futuro poderá ser uma cena desconhecida e assustadora,
mas nada que não se resolva com um gato morto na mesinha de cabeceira.


segunda-feira, 3 de março de 2014

gravity [2013] alfonso cuarón

que escrever sobre um filme que filma uma personagem over and over and over, e no final sai um óscar para todos menos para ela?

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

philomena [2013] stephen frears

bonito o modo como a ironia e o sarcasmo esbarram na (in)genuidade de quem viveu (o que viveu) e ainda assim aprendeu a perdoar. é (como que uma viagem tentando) explicar monty python a quem gosta dos malucos do riso.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

up in the air [2009] jason reitman

em tempos de electrónicas missivas, recebi (finalmente) uma carta (impecavelmente dobrada e num correcto e sucinto português). começava com um cordial cumprimento e (depois) avançava para um yada-yada-yada técnico rematado por um "está dispendado a partir do dia trinta de abril".
e essa foi a parte menos boa, e que me deixou um tanto à nora, e agora? sim, e agora? reitero, e agora? pois, e agora, que raio farei eu no dia um de maio?

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

woody allen's dixit

aquele que não perecer pela espada ou pela fome perecerá pela peste;
          (de-modos-que) para quê fazer a barba?
     



sábado, 15 de fevereiro de 2014

amour [2012] haneke

a lentidão do filme era proporcional à sua beleza,
e eu esforçava-me por manter os olhos abertos.
do nada fui arrebatado por uma pequena troca de palavras:
"- o que dirias se ninguém aparecesse no teu funeral?"
"- provavelmente nada."

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

para a (minha) maria

um beijo.

the smiths

porque até há quem defenda que hoje é um dia especial, desgastei os neurónios em busca da surpresa ideal para a (minha) maria: ela espera uma prenda surpreendente, e eu vou surpreende-la com nada.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

2013 late cultural review

2mil e treze não foi dos anos em que mais li;
e o que li de 2mil e treze nada foi de transcendente.
das palavras lidas recordarei o wilt do tom sharpe,
antigo (literário) alvo que de 2mil e treze nada tem.

ouvi, no entanto, muita música nova:
estreias, segundo álbuns e (desejados) regressos.
uns bons, outros nem por isso;
talvez oiça (os mais agradáveis) mais uns quantos pares de vezes,
mas nada que algum dia figure nas minhas inenarráveis playlists.

das séries nem valeria a pena escrever:
ter perdido a nova season do arrested development
não é coisa que (me) mereça perdão.

estranhamente, e ao contrário do normal, vi muito cinema.
uns maus e outros razoáveis e nos entretanto's alguns bons.
vi (também) uns quantos geniais, (mas nenhum era desta década).

assim, e (re)olhando para trás, constatei que
(oh, vida...é-que-nem-é-bom...)
o meu momento cultural de 2mil e treze foi este:

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

baggy trousers

precisava (e preciso) de um par de calças; e na (vã) esperança de encontrar uns jeans dei por mim a saltitar de loja em loja: encontrei calças com a perna-a-afunilar e com a perna-a-estreitar e mais umas quantas variações entre o apertadas, o super-apertadas e o estupidamente apertadas.
na verdade até (que) nem foi mau de todo: não comprei, mas também não perdi (sequer) tempo a experimentá-las.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

just like a woman

vi o lovelace; não é bom nem é mau;
mas tem uma montagem (do c*r*lh*).

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

subterranean homesick alien

sentei-me com um livro à frente sem qualquer vontade de o ler; apenas queria gozar o momento de não ter de ouvir ninguém. nem de propósito apareceu um alien (ou era um étê? num-sei e adiante) e começou a falar-me: e yada-yada-yada e béque-béque-béque... e eis que surgiu uma micro-nano-pausa que aproveitei para lhe dizer que não era necessário esforçar-se; na verdade, disse-lhe, não acredito em aliens.
calou-se, amuou e foi-se (embora).



pê-ésse: (naturalmente,) recuso qualquer responsabilidade no caso de sermos invadidos.