domingo, 29 de junho de 2014

dancing with myself

sempre que há grandes eventos futebolísticos, como exemplo o mundial de futebol que agora decorre, surge o debate sobre os profissionais futebolistas poderem, ou não, pinar durante os estágios: há quem diga que sim, há quem argumente que não e há, também, quem defenda que pelo menos durante os jogos será algo a evitar.

de-modo(s)-que a questão que se põe é: porque-raio ninguém questiona a prática de masturbação durante um torneio profissional de ténis.
e quê, é considerado treino? aquecimento? ou é uma cena a evitar por, parecendo que não, poder propiciar lesões?

sábado, 28 de junho de 2014

i know

finalmente percebi o porquê da selecção de Portugal regressar após a fase de grupos. é que, parecendo que não, uns quantos já não aguentavam os noventa minutos; (e) quero nem imaginar quantos chegavam aos cento e vinte.


sexta-feira, 27 de junho de 2014

summertime sadness

hoje, a propósito de uma pergunta que tinha feito, tinha um cena-tipo-reunião na Junta. de-modos-que lá fui.
cheguei (antes de hora) e pediram-me para esperar um bocado, e um (bom) bocado depois lá uma senhora me chamou.

apresentou-se e convidou-me a sentar; (e eu) apresentei-me e sentei-me.
disse-me para falar; e eu falei-lhe dizendo que pensava que estava ali para (a) ouvir.
disse-me que sim e que não, e lhe falasse das razões para (eu) estar ali.
como "razões" é plural, disse-lhe que estava desempregado e (ainda-por-cima) não tinha emprego.
[mau, pensei eu, mas isto é para me orientar ou para me analisar?]

falou-me que podia fazer isto, aquilo e aqueloutro;
disse-lhe que fazia aqueloutro amiúde, e o isto-e-aquilo (já) faziam parte do meu dia-a-dia.
referiu-se também a um curso básico de inglês acrescentando que de nada me serviria.
concordei e acrescentei que mais valia deixar a vaga para quem dela precisasse.
[ok, pensou o meu aliviado eu, isto não é análise mas sim orientação.]

falou-me de subsídios e de estágios especiais para específicos casos;
os que ofereciam melhores regalias implicavam que eu fosse pai.
[definitivamente o incentivo à natalidade faz-se de um estranho modo.]

continuou a falar de incentivos e eu continuei-lhe a dizer que não estava qualificado para nenhum deles. finda a explicação, pediu-me o mail.
[ok, queres ver que (isto) não é análise nem orientação, (mas) apenas speed-dating?]

disse-me que me iria inundar o mail com propostas, formações e demais informações.
disse-me também que a minha presença ali contava como uma activa procura de emprego e de-modos-que me iria passar o respectivo papel. entregou-me o papel com tamanha alegria que me obrigou a guardar para mim um yupi-de-contentamento.

agradeci-lhe o gesto e com um gesto ela disse-me que o meu tempo tinha acabado. despediu-se dizendo que haveria mais gente à espera;
(e eu) despedi-me desejando-lhe um bom fim-de-semana.
saí e passei por uma vazia sala de espera. olhei para trás e via encolher os ombros e recolher-se (para o seu gabinete).

decidi vir a pé para casa e, pelo caminho, refiz mentalmente o diálogo daquela espécie de reunião. na verdade, e parecendo que não, esta minha deslocação à Junta foi tão (ou mais produtiva) que a ida da nacional selecção ao Brasil.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

failure [alfie remix]

Portugal perdeu o primeiro jogo;
Portugal, e ao cair do pano, empatou o segundo;
Portugal, e graças a um golo do Gana, ganhou o terceiro;
Agora sim, estamos preparados para golear.


ok computer

passei a manhã a tentar instalar o scanner no computador.
liguei e desliguei cabos e instalei e desinstalei drivers.
procurei fóruns e li-os em zapping e depois reli-os com atenção.
descobri janelas no windows (no shit,) e uma série de definições.
passadas todas estas horas confesso que não me chateia o tempo gasto,
o que me aborrece é desconhecer se fui ou não bem sucedido:
o que (parecendo que não,) é complicado pois o computador (agora) não liga.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

charles caleb colton [dixit]

"há enganos tão bem elaborados que seria estupidez não ser enganado por eles"

domingo, 22 de junho de 2014

why don't you find it for yourself

-  chega-te à minha beira para tirarmos um selfie.
(de-modo(s)-que é isto) a evolução do género humano é chamar alguém para tirar uma selfie.

shoot the runner

findou o jantar e demos um salto à (itinerante) feira popular: (o que, na verdade, era) uma série de barracas que circundavam a rotunda com vista para a casa-da-música.
éfe escolheu a pseudo-pistola. falhou um tiro e não teve direito a um peluche.
éne optou pelos dardos, falhou dois balões e não teve direito a um peluche.
hagá não acertou numa lata, e (naturalmente) não teve direito a um peluche.
(já) eu fui para a barraca ao lado, e não é para me gabar, mas não derramei nenhuma cerveja.

failure

não conhecia a maioria do pessoal sentado à mesa de jantar. optei por (os) ouvir, acreditando que no entretanto me ocorria algo de inteligente para dizer.
sucedeu-se o yada-yada-ydada de assunto em assunto até se começar a discutir o que cada um iria jantar.
escolhe isto, que é bom, disse alguém que eu mal conhecia.
- nunca cá estive, que recomendam? questionou o hagá,
- quero uma pizza... (é que) não como uma há mais de quinhentos anos... disse a senhora (que eu não conhecia).
- a sério, disse eu, pensava que era ligeiramente mais nova.
o silêncio que se seguiu levou-me a acreditar que talvez pudesse ter escolhido outras palavras.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

about today [live]


estar desempregado é ver passar as sextas
tal qual passam quaisquer outros dias.
há uma semana a findar,
mas não é a mesma coisa.
há um fim-de-semana a espreitar,
mas não é a mesma coisa.
o dia não passa tão devagar,
e não, não é a mesma coisa.

oh, a palerma (da) nostalgia.
oh, a idiota (da) melancolia.
(e) oh, a imbecil (da) (não)-poesia.

penso como será o (meu) final de tarde,
(e) uma dúvida principia a me atormentar:
minis fresquinhas ou tónicos gins?



quinta-feira, 19 de junho de 2014

take on me [covered by aqualung]


hoje acordei à hora certa; o que, quando (des)ocupado se está,
é tão importante como um enfeite de natal no hanukkah.

mal desperto, e com o café (ainda) a meio, fui atacado por um otoverme: era o take on me. (quer-se dizer), não bastava já o desemprego, que parecendo que não é coisa que aborrece, e agora (ainda) tenho de ouvir mentalmente os a-ha.
[...we're talking away, i don't know what i'm to say...]

sim, quem me conhece dirá: ah-e-tal não sei porque te queixas, volta-e-meia ouves o i want love, de-modo(s)-que-não estou a ver a diferença.

mas não, não é igual, na verdade é (bem) diferente. confesso que gosto do i want love e tenho outros guilty pleasures nas minhas playlists; mas nunca o take on me. esse tenho-o agora, mas na cabeça, e em forma de otoverme.
[...so needless to say, i'm odds and ends...]

e tento-me concentrar-me e...
[...take on me...]
e tento focar-me e...
[...i'lll be gone...]
e solto um f*da-se e...
[...tiri-tiri-tiri-tiiii...]

dizem que há dias que mais vale não sair de casa,
e pode (até) haver uma certa razão nisso,
mas, fuck, eu hoje ainda nem saí de casa,
de-modo(s) que quero nem opinar sobre o assunto.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

in the waiting line

acordei e liguei o computador; pouco depois concluí os mínimos olímpicos da (des)ocupada rotina. ainda assim, havia em mim a sensação de algo faltar. (re)chequei o mail e os (des)empregrados sites e népias. e a sensação do faltar algo mantinha-se. lembrei-me dos tempos em que trabalhava e em que do nada me pediam mil-e-duas-cenas; e eu (lá) escrevinhava tudo num papel e desenhava (também) uns quadrados par lhes aplicar um visto sempre que concluía algo. (ainda assim) havia dias em que depois de aplicar o final visto ficava com a ideia que me podia ter faltado algo. tal como hoje, mas agora, como estou (des)ocupado essa sensação tornara-se mais estranha.
primeiro pensei que era um recalcamento. depois concordei comigo e concluí que só podia ser um recalcamento. depois lembrei-me que o prazo para a apresentação-na-junta terminava amanhã e coloquei a pasta (e o calhamaço) na mala e saí disparado.

esperar por autocarros não é (bem) uma espera. é mais uma espécie de sono de canídeo com orelha levantada. volta-não-volta dá-se um passo à frente para tentar perceber qual o número do autocarro que se aproxima. de-modo(s)-que recorri ao plano cê: acendi o cigarro, dei duas passas e o autocarro apareceu.

na junta não estive sequer um quarto de hora: tirei a senha, ouvi uma senhora queixar-se do tempo de espera, um senhor preparava-se para concordar com ela, mas no entretanto o electrónico quadro piscou e ela lá entrou; pouco depois entrou o senhor e logo a seguir foi a minha vez; assinaram-me a folha e (com simpatia) tiraram-me um par de dúvidas; detive-me à saída a olhar para um papel e, ainda deu tempo para ouvir um (outro) senhor queixar-se (da espera). saí, consultei o relógio e sim, não tinha passado um quarto de hora. (lá está, quando se tem um livro e se tem tempo, a espera é sempre curta.)

vim para casa a pensar nisso; (nisso) e no queixume. eu queixo-me amiúde, não desgosto de me queixar e por vezes até me distraio e resvalo para a pieguice. mas, quer-se dizer, há uma linha que separa o queixume-piegas (tipo-o-síndroma-do-homem-constipado) da indignação-não-racional: tudo bem que as pessoas se podem queixar (do tempo) da espera, mas não seria melhor esperar cinco ou sete minutos antes de iniciarem o monólogo?


terça-feira, 17 de junho de 2014

everyday is like sunday

ontem o dia principiou por nem correr bem nem mal; antes pelo contrário. depois lá chegaram as cinco, e se por um lado era suposto haver um jogo entre duas selecções, por outro, apenas uma é que decidiu jogar. a surpresa é que não foi surpresa nenhuma: não há nada de incomum em ver Portugal "de-quatro" perante a Alemanha.

anyway, o dia lá continuou ao ponto de comentar o meu (próprio) post. é oficial: largos minutos têm as horas de um (des)ocupado dia. ou, como diria não-sei-quem: podia dar-te para pior, mas (também) não estou a ver como.

eis-me agora a descrever o dia de ontem e a constatar o drama em que enfiei: perdi o meu ódio de estimação, fuck; estar (des)ocupado é passar uma segunda-feira sem a odiar. e não há como um ódio de estimação. (e) o meu ódio de estimação era a segunda, e agora passa a segunda e eu, nem por um segundo, a odeio. é-que-nem-é-bom.

tenho de arranjar um plano, órfão do meu ódio de estimação é que não posso ficar. (agora) há em mim uma necessidade de planear o: "ódio às segundas: o regresso". pergunto-me o que faria o grande génio do século vinte perante esta situação? (já pesquisei o catálogo da acme e nada me chamou a atenção).

talvez o segredo esteja na playlist. criarei um playlist específica para tocar às segundas: pan pipes play celine dion love songs, intercalado: por gravações de crianços sem jeito para a música a tocar clássicas partituras ao piano ou violino; êxitos dos noventas e oitentas que não eram suficientemente maus para serem bons; hinos de partidárias campanhas; singles daquelas (desconhecidas) bandas dos programas da manhã e da tarde que fazem o tradicional pimba parecer erudito; e tanbém as baladas daquelas bandas que se julgam rock e (na realidade) fazem um uma cena fê-éme tão cool como uma beterraba numa fruteira. isto e one direction's e afins.

yep, será a playlist das playlist's e eu, bem, eu já me vejo a lentamente principiar a (re)odiar as segundas.
pronto's. (e) é isto. fiquem bem que eu vou ali a um sítio ver se encontro outras melódicas pérolas para compor o (genial) plano.



segunda-feira, 16 de junho de 2014

it's no good

há um par de semanas foi massive attack; e na passada semana foi depeche mode; para a semana que hoje se inicia ainda não me decidi pela banda sonora do meu (des)ocupado tempo.

como se indefinição se arrastava, optei por ligar a televisão num qualquer noticioso canal.
[ok, o televisivo yada-yada-yada é uma companhia que, parecendo que não, (até) distrai. de-modo(s)-que decidi desligá-la quando (finalmente) elegesse a banda (ou ouvisse cê-érre-sete mais que trinta e seis vezes.)]

(ainda) não passaram vinte minutos e já desliguei a tê-vê. (e,) a banda sonora continha por eleger: the national? bowie? blur? num-sei.

sei que gosto de futebol, mas daquele que dura noventa minutos e que começa e acaba com o apito do árbitro. (já) quanto aos infindáveis pormenores pré-jogo, com filmados directos de hora-a-hora intervalados por comentadores sempre prontos a tudo dizer para nada acrescentar, (já) não tenho paciência nem pachorra.

a tê-vê permanecerá desligada até à hora do jogo. pixies? pavement? jeff buckley? (ainda) num-sei.
sei que são onze contra onze e no final ganha a Alemanha, de-modo(s) que, vamos lá Portugal, vamos ser a excepção que confirma a regra.

sexta-feira, 13 de junho de 2014

sure

nesta (portuguesa) vida há dois tipos de certezas:
a certezinha-absoluta e ouvir os jardins proibidos em qualquer karaoke.
da primeira não tenho (assim) tanta certeza.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

pray for rain

ontem postei que precisava de férias, e depois comentei que não pode chover sempre.
e hoje, naturalmente, está um lindo dia.

quer-se dizer, nas (poucas) férias que gozei enquanto trabalhava, o bom do são pedro brindava-me sempre com chuva (daquela-que-cai-certinha e ainda por cima molha); agora que estou desocupado aparece o bom tempo.
quer-se dizer, eu que precisava de uns ténis agora tenho que comprar uma samarra.

é que, parecendo que não, ainda me chamam para uma entrevista e depois, como é?
o tipo olha para mim com aquele ar de:
[pois, pois, estou eu aqui com uma cor de bife de perú e aparece-me este marmanjo todo bronzeado, tu deves ser bom é a trabalhar para o bronze....]
e diz-me algo como:
sim, sim, gostei muito do seu currículo, (vá lá à sua vida que) nós depois entramos em contacto consigo.

e lá está, como aprendi na assertiva formação, depois a resposta é tão certa como um nada-desta-vida.
e sabem o que é um nada-desta-vida? exacto, é um nada-desta-vida.

quarta-feira, 11 de junho de 2014

a question of time

desloquei-me ao centro-de-emprego com a confiante confiança de quem tem em sua posse um papel assinado com a nota (de) que o mesmo não pode ser assinado.

tirei a senha, sentei-me e meio micro-capítulo depois (já) era a minha vez.
[quer-se dizer, ouve um gajo histórias e queixumes de intermináveis esperas e vai-se a ver ler e nem para um par de páginas dá.]
[ok, a verdade é que não é bem assim; na verdade, padeço do síndrome-murphyniano-da-(des)proporção-dos-números: os minutos que espero são inversamente proporcionais ao número de páginas do livro que estou a ler.]

a senhora que me recebeu era de uma educação exemplar....(mente-inexistente). era notório que o meu desemprego estava a transformar o seu emprego em trabalho: cada dúvida que lhe expus foi-me devolvida com um revirar de olhos e meia dúzia de palavras tão esclarecedoras quanto um manual de bases metoxiladas para manipulação fenilquilamínica.
remeti-me ao silêncio e (lá) recebi o novo papel: uma cena tipo renovação de contracto do termo de identidade e residência. desejei-lhe um resto-de-um-bom-dia e pela expressão da senhora nem quero saber o que mentalmente ela me desejou a mim.

de-modos que é isto: parecendo que não estou a precisar de umas (boas) férias.
[e-é-isto, um tipo desempregado há pouco mais de um mês e a achar que já precisa de férias... é por isto que este país...enfim.]

segunda-feira, 9 de junho de 2014

wolf at the door

se as meias-patilhas não foram responsabilidade minha, o mesmo não posso dizer da ideia de ter aparado apenas metade do cabelo. de-modos-que acordei como o sideshow bob (mas sem a vontade de matar o bart em particular).

não havia em mim a excitação de último dia de aulas, mas sabia que depois de almoço estaria mais aliviado.

vamos finalizar falando de tipos de pessoas; sabem, não somos todos iguais... há pessoas assertivas, outras que são activas, e naturalmente também existem as passivas....
[só o idiota da mesa do meio se riu, mas lá parou quando se apercebeu que era o único.]

...mas antes umas senhoras falar-vos-ão de uns cursos com muita procura no mercado de trabalho.
[não dúvido, mas procurar vender cursos de quase três mil euros a um grupo de desempregados parece-me tão pertinente como procurar fazer negócios com vegatarianos em feiras de enchidos transmontanos]

bem, para não vos chatear com as diferentes definições dos diversos tipos de pessoas, vou-vos mostrar um filme....
[ok, o melhor é tentar não arriscar um palpite, mas a arriscar inclinar-me-ia para o grande ditador.]

o filme é o crash...
[cronenberg... não posso, por esta não esperava eu, (só) não estou a ver a relação, mas tudo bem.]

o filme tem uma década, mas continua actual...
[ok, afinal é o do paul haggis, e assim já faz (mais) sentido; se tens uma audiência de (forçados) desempregados, que poderá haver de melhor que um filme que mistura diversas personagens em conflitos vários, com o desespero a funcionar como uma constante e os preconceitos a multiplicarem-se; (enfim) uma história feita de múltiplas histórias onde há sempre alguém pronto a passar-se ou pura-e-simplesmente a explodir.... uma história de pedaços de histórias (in)varialmentes tristes e injustas.]

e no entretanto terminei a assertiva formação; dentro de um par de meses receberei o certificado. mal posso esperar: qual licenciatura, qual pós-graduação, qual quê? com esta adição às (minhas) habilitações académicas já ouço o emprego a bater-me à porta. é só um segundo, vão fazendo fila que eu já vou.

sábado, 7 de junho de 2014

mercy in you

acordei (demasiado) cedo, saí de casa e dei por mim perto de um cabeleireiro. o (meu) reflexo dizia-me para eu entrar; reparei que estava vazio (tipo às moscas, só que sem moscas) e entrei.
[pois, têm razão, ainda estava meio adormecido e nem me lembrei da assertiva formação. na-volta ainda chumbo. e daí que talvez não, não podendo ir a entrevistas durante o período da assertiva-fomação, talvez isto passe. espero eu.]

uma vez lá dentro, pedi para cortar o cabelo e aparar a barba e, quando abri os olhos, tinha umas micro-patilhas. quer-se-dizer, a barba, tudo bem, de quando em vez ainda a aparo; agora as patilhas? (quer-se-dizer) as minhas patihas? há muito que os meus ouvidos são acompanhados de patilhas; maiores ou menores, mas sempre a acompanhar a totalidade das orelhas. a meio, não. no entanto é a meio que estão. podia ser pior, mas nem por isso é bom. e agora? não acho piada nenhuma a isto.

de-modos-que ainda agora vi o meu reflexo e deu-me para escarnecer de mim; (confesso que) não resisti.
de-modos-que agora estou amuado comigo, não me pareceu correcto que eu mesmo, troçasse de mim; não daquele modo. 
por outro lado, ao ver o meu reflexo fui incapaz de não me escarnir. (e) é isto. estou num modo bipolar em que ora gozo comigo mesmo oro amuo comigo por comigo ter gozado.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

everything counts

os dias de formação estão de volta, e há em mim toda uma emoção do tipo inexistente. mas o que tem de ser, tem muita força; e à força de ter de ir, lá vou.
chego cedo; (e) a conta-gotas (lá) vão surgindo os outros formandos; há neles uma emoção em tudo semelhante à minha, e se somássemos todas essas emoções obteríamos uma percentagem em tudo semelhante à percentagem de álcool numa cerveja sem álcool; ou seja, se se medisse a (nossa) vontade numa escala de vinhos, estaríamos (todos) ao nível de uma plástica garrafa de fanta uva.

sucede-se o momento da boa-educação-a-pacotes; (e) todos fazemos o gesto de deixar o outro entrar primeiro... é só boa educação e estender-de-braços e no fim, esgotadas todas as cerimónias, lá (lentamente) entramos; um-a-um, sem pressas ou confusões.

recebi os vossos mails, comunica a formadora, alguém não me enviou as provas de procura de emprego?
[nop, todos fizeram os tê-pê-cês, nenhum gato comeu os tê-pê-cês e nenhum autocarro se atrasou; ou noutras palavras, uma turma exemplar.]

ainda não vi tudo; mandaram-me tanta coisa...
[e quê, queres ver que a malta desempregada emprega o tempo a procurar emprego? quem diria...]

bem, hoje vamos falar de entrevistas-de-emprego; como ir, o que fazer, como se apresentar, essas coisas...
[pois, até porque como já sabemos que mais vale faltar a uma entrevista do que faltar à assertiva formação, o melhor mesmo é aprendermos o que fazer numa entrevista de emprego quando não pudermos faltar por estarmos a ter uma formação que nos ensina a procurar trabalho...]

por exemplo, as mulheres às vezes até vão ao cabeleireiro para se arranjarem. isso dá a imagem que gastam dinheiro em cabeleireiros, e lá está, poderão ser logo excluídas. o melhor mesmo é arranjarem (vocês) o cabelo, ou então pedirem a uma amiga com jeito-para-a-cena para vos dar uma mãozinha.
[pois, não estou a ver nenhum amigo (meu) com jeito para me pôr gel no cabelo, de-modos-que o melhor é começar a pensar nisso, ou então inscrevo-me numa capilar formação de vinte-e-cinco-horas e (sempre) fico apto para ajudar quem precise (de semelhante serviço).]

se tiverem um bom carro, não o estacionem no parque ou perto do local de entrevista; eles depois vêem que vocês têm um bom veículo e vocês ficam logo excluídos.
[bem visto, ainda hoje andei de metro e era uma carruagem toda moderna, a ver se não repito o erro; para a próxima vou de autocarro, e só apanho um que já esteja a pedir a reforma (até porque se for dos novos, lá está, sou (logo) excluído).]
[ok, estou a exagerar, o meu micro-carro têm mais de uma década, de-modos-que se calhar aparecer com meio-carro até pode ser um bónus.]

falei-vos dos carros, e o mesmo se aplica aos acessórios... não apareçam com malas ou brincos caros, porque (lá está) eles vêem que vocês estão bem e (que) não precisam de trabalhar e upa-upa, ficam logo excluídos....
[e esta hein? por esta não esperava eu. tenho um relógio único (no sentido em que nenhum dos outros funciona); lembro-me de o ter comprado depois de uns tempinhos a poupar para ele. não é que tenha sido muito caro, mas também não foi barato. e eu gosto de andar de relógio, aliás, sempre que me esqueço de o pôr, saio de casa com a sensação que me falta algo, e depois, quando acabo por ir ver as horas fico a olhar para o pulso e lembro-me que me esqueci do relógio, o que depois me sucede em intervalos cada vez mais curtos....
de-modos-que, este post (já) está mais longo que um post muito longo e, em vez de escrever (ainda mais) o melhor é mesmo parar de escrever e, aproveitar que parou de chover, para ir à agá-e-éme (ou a uma qualquer asiática loja e comprar um relógio...]

quinta-feira, 5 de junho de 2014

just can't get enough

pausa na formação; e como tê-pê-cê (lá) teremos de procurar trabalho.
(ok, parei de procurar emprego em função do centro de emprego para começar a procurar emprego em função da assertiva formação. é oficial, a ideia de que eu possa procurar emprego em função da minha pessoa será algo que aos senhores não assiste.)

no entretanto há que me apresentar na junta de freguesia.
(tipo termo de entidade e residência, só que mais rigoroso).

aproveito para passear (um bocadinho) e lá me desloco à junta; (lá,) apresento o meu papel mas, como estou a frequentar a assertiva formação, o meu nome já não está na lista da junta.
(oba-oba, já não sou um desempregado; agora sou um (assertivo) formando; o que parecendo que não, e sendo a mesma coisa, faz toda a diferença.)

de-modos-que a funcionária (da junta) já não me podia assinar a folha e posteriormente dar-me um novo papel de apresentação; no entanto podia escrever na folha que, dado eu não estar nas listas, não podia assinar a folha. escreveu-o e depois assinou por baixo, dizendo-me que quando (eu) acabasse a formação teria que me dirigir ao centro de emprego para eles me darem um novo papel para eu depois passar pela junta para o assinarem.
(ok, finalmente descubro o que quero realmente fazer: quero assinar papéis depois de escrever que não os posso assinar. bolas, como é que eu não pensei nisso antes: rubricador certificado na óptima dos papéis que não posso rubricar.)

 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

karma police

tantos anos depois e tenho na caixa-do-correio uma carta que não é publicidade nem nenhuma conta para pagar. fiquei radiante, (já) nem me lembrava de tal coisa; fui ver e era do centro-de-emprego.
(ok, poderia ser melhor mas ainda assim é sempre bom algo diferente...).

era uma carta toda pinoca; tinha o meu nome completo e todos os números que me identificam segundo os diferentes organismos e no final anunciava que enquanto durasse a formação eu, na minha qualidade de formando-desempregado,  me encontrava isento de procurar trabalho.
(wiii e (duplo) cowabunga; haverá lá algo de melhor que ter uma carta do centro de emprego a isentar(-me) de procurar trabalho.)

[...for a minute there; i lost myself, i lost myself...]

serei só eu a achar estranho que (e no meio desta crise,) o pessoal do centro-de-emprego ache por bem gastar dinheiro em cartas e papéis para informar desempregados que durante as formações não têm de procurar trabalho?
(e quê, paro de procurar trabalho e vou para o sofá ver as tardes-da-júlia? ignoro a carta e continuo à procura de emprego? e se encontro, será que me repreendem? num-sei, parecendo que não, pouco ou nada há em mim de rebelde, de-modos-que penso que o melhor será não contrariar os senhores.)

[...this is what you get, this is what you get, this is what you get...when you mess with us...]

terça-feira, 3 de junho de 2014

be thankful for what you've got

a saga formação continua; e nada como continuar com o resumo-da-matéria-dada; ou seja mais uma par de horas sobre folhas-com-cheiros-impressas-em-várias-cores-e-com-beijinhos-fofos.
(ou, adaptando não-sei-que-título "largos-minutos-têm-duas-horas".)

no final um breve anúncio "depois de um curto intervalo irão ver um filme sobre empregados fabris e sindicatos".
(com esta não contava eu; e talvez seja por isso que me inscreveram nesta formação: o (des)emprego tem-me feito pensar em diversas-coisas-dispersas, mas nada que se relacionasse com tal tema.)

o intervalo passou como uma final dos cem metros.
(ou, adaptando não-sei-bem-quem, diminutos-segundos-têm-dez-minutos";

de volta à aula formação, já se projectava na parede o chapliniano tempos modernos.
(pois, tenho que tomar mais atenção às pistas. como posso eu não me te ter lembrado do filme perante uma sinopse tão óbvia?)

anyway, verdade seja dita que ter revisto o tempos modernos foi, definitivamente, um passo em frente para arranjar trabalho; (e) algo que, não fosse a assertiva formação, eu (jamais) me teria lembrado.
e agora? adiciono ao (meu) cê-vê o visionamento formativo do tempos modernos ou guardo esta temática para quando me chamarem para uma empregável entrevista causar um boa impressão mediante a minha opinião sobre o tema?

segunda-feira, 2 de junho de 2014

show must go on

continuo em formação, apontando (cuidadosamente) todas as pequenas minudências que possam, mais tarde ou mais cedo, fazer a diferença entre o arranjar (ou não) emprego.

"não imprimam o vosso curriculum vitae em folhas coloridas (...) o ideal é (mesmo) o papel branco".
(e eu que já tinha comprado umas folhas azul-cueca para entregar no Porto e umas amerelinhas-limão para enviar para o Estoril...)

"e também não imprimam os currículos em folhas com cheiro (...) imaginem que escolhem uma com cheiro a jasmim e depois quem recebe a carta é alérgico ao jasmim (...) lá está, ficam logo de parte".
(e é isto, tinha eu comprado bacon para barrar os currículos que envio para Trás-os-Montes e vai-se a ver e  (ainda) me arrisco, não só a continuar desempregado, como a ser perseguido por um vegetariano.)

"não fica bem imprimir o vosso currículo em diferentes cores (...) o ideal é (mesmo) imprimir a preto."
(quer-se dizer, andei eu a fazer um degradé com a experiência profissional em fúcsia e a formação académica em bordô e afinal o monocromático (preto) é que fica pinoca.)

"...e mais, apenas e só um tipo de letra, nunca mais (que um); não é complicado, é apenas-e-só escolher qualquer um e usar apenas esse".
(não é que discorde, mas tenho para mim que um comic sans, mesmo só e não acompanhado, tem o mesmo carisma que o (in)seguro tózé.)

"...ah, e no final na carta de apresentação não se despeçam com "beijos fofos"."
(pois, e eu que gosto (e uso amiúde) o saúdinha-da-boa lá terei que optar por um qualquer "cordialmente" ou (mesmo) um "com-os-melhores-cumprimentos".)

"...e lembrem-se (que) há determinadas áreas que não estão a recrutar ninguém"
(ao menos isso, porque eu tinha para mim que não eram "determinadas" mas apenas "todas".)