talvez tenha gasto as inutilidades à força de as publicar amiúde,
e o que ficou não chegue para postar muito mais.
gastei os oxímoros em forçadas piadas (ou tentativas de)
e os trocadilhos na ausência de outra qualquer cena.
às vezes relia o que tinha escrito e pensava:
ah e tal, há umas quantas coisas que escapam;
mas isso era nos dias que sim,
até porque também existem os dias (que) não.
vasculho o neurónio existente e não encontro nada
e antigamente tinha tão pouco de jeito para escrever.
era como se as inutilidades fossem eu,
quanto mais escrevia mais tinha para escrever.
mas isso era noutros tempos,
tempos bons ou assim-assim, mas sempre tempos sem chuva.
(e quero lá saber se chove bem ou se no molhado,
se vai caindo ou se cai certinha...)
a "prateleira" foi uma desesperada fuga para brejeirice
e nada de inútil tenho para escrever dentro de mim.
e talvez isso até nem fosse mau
se surgissem umas quantas utilidades por aqui,
mas vai-daí e não. népias e nicles. nada de nada.
o que escrevi, escrito está,
e assim perdi o (meu) tempo. ou não.
e o que lês-te, lido está,
e assim perdeste o (teu) tempo. ou sim.
e reescrevendo-me, reescrevo que as inutilidades estão gastas,
e se não o digo, escrevo-o: (é oficial,) inutilizei-me (e é só).
e quê, 'tá tudo?
http://www.acapela-group.com/Greetings/1-b866204d68dfa
ResponderEliminarCom tanta inutilidade, tornaste-te inútil??? Não acredito...
ResponderEliminaré de mim ou isto é um plágio descarado (e (bem) fraquinho) do adeus do Eugénio de Andrade?
ResponderEliminarassimilando por esse prisma, nem sei que escreva...e eu que pensava que tinha produzido um mash-up de (esforçados) contornos prosaicos entre um dos poemas que não me abandona e uma inutilidade de blog que teimo em não abandonar.
ResponderEliminarJeremy Bailenson, da Stanford University, publicou em Fevereiro com a sua equipa um artigo sobre o impacto que os 'Mundos Virtuais' podem ter no 'Mundo Real'.
ResponderEliminarAndrea Foster, do 'The Chronicle of Higher Education', escreveu sobre o trabalho de Bailenson:
"Esqueçam os comprimidos, a hipnose e a meditação. Perder peso ou aumentar a auto-confiança pode ser alcançado criando um avatar e 'vivendo' num mundo virtual, afirmou Jeremy Bailenson.
O director do Virtual Human Interaction Lab da Standord University explorou as formas de como os comportamentos online se espalham no 'mundo real'. Habitualmente, as pessoas assumem que as suas actividades online resultam da sua experiência real. Mas Bailenson e a sua equipa demonstraram o contrário. As suas experiências revelaram, por exemplo, que as pessoas que vêm o seu avatar ganhar peso por se alimentarem em excesso, estão mais aptas para adoptarem um plano de perda de peso na realidade.
O artigo de Bailenson apresentado em Stanford em Fevereiro impressionou os psicólogos e é considerado promissor para a melhoria da qualidade de vida. Bailenson alertou, no entanto, para o uso perverso deste fenómeno: os marketeers, por exemplo, podem usar os mundos virtuais para tentar manipular o que as pessoas consomem ou as suas preferências políticas.
"A nossa identidade virtual não está separada da nossa identidade física", terá afirmado Bailenson.
(...)
No Lab de Stanford, a equipa de Bailenson (...) acompanham as experiências de imersão das pessoas que vêm e manipulam os seus avatares duma forma, por vezes, mimética. Os investigadores registam as acções dos avatares, e analisam os comportamentos das pessoas depois da experiência de imersão.
(...)
Noutras experiências, Bailenson verificou que as pessoas com uma aparência dita 'normal' tendem a definir avatares muito 'belos' na sua vida virtual. Depois, recorrem a serviços de 'dating' e escolhem potenciais parceiros a partir de fotos tipo-passe. As suas próprias imagens são muito mais atraentes do que as das pessoas que definiram avatares menos atraentes, afirma Bailenson.
(...)
[falando doa perigos de manipulação] Bailenson prevê a utilização massiva dos mundos virtuais regida por interesses puramente comerciais para vender produtos.
Como exemplo, traça um hipotético cenário de uma mulher que passa tempo em Second Life. No seu 'perfil' em SL afirma que gosta de cabelos 'rasta'. Um comercial de uma empresa cria um avatar com longos cabelos 'rasta' e aproxima-se do avatar da mulher tentando vender os seus produtos.
Recentemente, Bailenson conduziu uma experiência que demonstrou que a preferência e a memórias das pessoas em relação a um produto aumenta quando visualizam o seu avatar com esse produto."
O artigo de Bailenson e da equipa de Stanford teve eco nos media, e direito à maior atenção da comunidade académica.
Aparentemente, a linha orientadora da investigação vem na linha de outras bem mais antigas (como a de Sherry Turkle, por exemplo). Se Turkle estudou em detalhe as identidades múltiplas em contextos grupais online, agora a 'novidade' reside na tentativa de detectar comportamentos concretos na 'vida real' que derivem da experiência virtual...
Gostava so de deixar claro que considero o comentario anterior um exemplo da intromissao do tedio tecnocratico na vida deste pantano de inutilidades. Qualquer tentativa utiliaria e analitica sera desprezada pelas pessoas de boas familias que por aqui passam.
ResponderEliminarCitando Martinho Deao "Acima o arcabioco, mais acima a denticao".