quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

as palavras que não deveria ter dito à minha mãe

mãe: em meu nome, assim como em nome da minha mana, peço desculpa. cabeçudos como somos, julgo que os partos não tenham sido fáceis.

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

a gripe (ou o desperdício de tempo)

tentei explicar a meu pai que não era pelo copo dizer leite que ele podia beber vinho com antibióticos.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

o conselho do (mikado) cupido

se a tua namorada perguntar se está mais gorda, não será inteligente cantarolares "big girl, you are beautiful..."

sábado, 27 de dezembro de 2008

uma ideia para uma funerária

"aqui jaze um bêbado...esta sim, foi de caixão à cova".

procura-se dador

o meu primo precisa de uma operação à garganta; é de uma fanfarronismo que não se pode.

genial ideia (ou modéstia àparte)

em caso de gripe, parta uma perna. pode doer um bocadito mais, mas o diminuto tempo de espera nas urgências compensa.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

arqueologias

ser arqueólogo é fixe, vais escavando e esburacando e se não encontrares nada fazes um empreiteiro feliz.

para mm. (minha mana)

tu cantas tão bem como eu, e eu canto bem mal.

oh-oh-oh-ho

já recebi quase a totalidade das prendas, e até agora nada de meias...o natal já não passa de um mito.

a crise

como desempregado sou um fiasco. leio o jornal do princípio ao fim, só saltando a parte dos classificados (que me deprime pela ausência de saldo para telefonar para aqueles meninas fotogenicamente roliças)

conversas e shot's

p. defendia que a crise só terminaria em 2012 e r. insistia que não, que 2012 seria o ano em que o mundo acabava. dois shot's depois, expliquei-lhes que estavam a falar do mesmo.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

natalícia notícia

estou estupefacto com a notícia de abertura dos telejornais, àparte (claro está) da comum contagem de mortos, feridos e acidentes que cada vez aparece com uns gráficos mais pinocas; a sério, confesso que nem queria acreditar quando o vi o novo youtubiano vídeo entre senhora professora e alunos: nunca me passou pela cabeça que existissem armas de brincar no bairro do cerco.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

não concordo com os professores

estávamos juntos à lareira, eu lia a revista detritos enquanto a minha mãe corrigia os testes dos seus alunos; da cozinha, o meu pai perguntou se queríamos batata frita ou assada; respondi-lhe que podia ser arroz de nutella (na certeza de que (como sempre) ele acabaria por fazer batatas cozidas). a minha mãe riu-se, à pergunta de quem teria liderado as tropas portuguesas em Aljubarrota um miúdo respondeu Uma padeira bem boa. tentei convencer a minha mãe que o puto merecia pelo menos metade da cotação, mas ela não acedeu e deu-lhe um zero.

agora sim, percebi a a essência da (in)utilidade

passei dez minutos a ver as tardes da júlia...

por vezes a violência não é solução

e que belo dia este para passear pela bonita artéria comercial portuense e percorrer duas ou três supercífies comerciais para gastar o que não tenho em natalícias prendinhas. (qual murakami ou qual qualquer carreira (!) na "inbicta" o best seller natalício só pode ser o dvd d'a liga dos últimos.) lembrei-me dos meus nerdianos anos de criança e adolescente. fui empurrado, pisado e esmagado; mais de uma vintena de embrulhados sacos abalroaram-me e volta e meia um cotovelo dizia olá às minhas costas ou braços; tudo o que agarrava parecia ser a última coisa do mundo e os olhares em redor multiplicavam-se como que dizendo Pousa lá isso que eu não vi primeiro mas era como se tivesse visto; um puto agarrou-me a mão chamando-me papá e depois de olhar para mim correu a chorar para a perna da mãe (espero eu). também me tocaram no émezito mas pelo tarado sorriso sob o bigode não foi acidental. nestes dias, a dia-a-dia urbano é coerente: existem automobilísticas filas para andar ou estacionar, as filas para o bus bifurcam-se e o posicionamento perante a porta do metro não é menos que uma questão de vida ou morte. existem intermináveis filas para pagar e ligeiramente maiores filas para embrulhar, até um café (ou uma nata) chega a ficar fora de questão e estranhamente até não são as lojas de meias que ganham na comprimento das filas. eu sei que o natal está aí à porta (ou chaminé, como preferirem) e talvez a violência não seja solução, mas se vejo um comerciante que seja a queixar-se na televisão da quebra das vendas e que a cada que passa se vende menos, eu pondero seriamente mudar a minha opinião sobre guantánamo.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

uma nova ideologia de vida

ontem viajei de comboio, na carruagem iam, para além de mim, mais cinco ou sete anónimos e os restantes eram escuteiros. confesso que fiquei estupefacto perante tamanho conhecimento musical. as pequenas crias, assim como matulões de calções, entoaram cânticos, interruptamente, durante duas (longas) horas. são momentos como estes que (me) fazem olhar a vida de um modo (completamente) diferente: a partir de ontem, sou pela violência.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

é tentar para ver se resulta

e quê, se os homens são todos iguais, porque não me escolhes a mim?

uma verdade (in)conveniente

acordei entre o frescote e o gelado e (assim) a dar para o destapado. na rua o frio era de rachar e com a promíscua camada de gelo e geada o smart (mais) parecia um mini. com todo o respeito pelos (ditos) entendidos, talvez volte a acreditar no aquecimento global quando vir um esquimó de havaianas.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

a paciência ou a crise consumista

esgotou-se-me a paciência para esta pré-época-natalícia em que consumismo desenfreado ignora a crise teimando em encher ruas e lojas e lojinhas e shoppings de pessoas e sacos e embrulhos para esta e para aquele e para a outra. é que já não há paciência; nunca mais chega o dia vinte e cinco para eu, calmamente, abrir as minhas prendas.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

a saudade (ou a ausência de tv por cabo)

por vezes resvalo para o sentimentalismo piegas mediante saudosas saudades de um tempo que passou e que me custa a acreditar que não se vai repetir. é a nostalgia das brancas no cabelo e na barba versus a recordação dos joelhos esfolados de quando o jogar à bola era o supremo dos prazeres; é o ouvir o pop actual e soluçar por um different class dos pulp que não voltou a ser repetido. é isto ou aquilo e também a certeza que o tempo não volta para trás. é o saber que o que foi feito, feito está e o que não foi feito, poder-se-á fazer (mas já não do mesmo modo; poderá ser melhorzito ou o desastre mas será sempre diferente). se há, ou não, lágrima é comigo mas não nego o (tristinho) sniff. tento olhar em frente mas ainda sou do tempo em que havia um (e um só) natal dos hospitais. a esperança, se é que há, é que o senhor que nos (des)governa feche mais uns quantos e que para o ano as programações especiais que duram toda uma tarde (ou uma noite ou um dia) sejam menos que uma dúzia.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

os pinheiros e as atitudes

eis que a natalícia quadra se aproxima; há quem seja por outras relegiões e quem seja por religião nenhuma. quanto aos que a professam, parte deles aproveita estes dias para ir onde não vai à muito (sala de jantar) para de um qualquer armário (que certamente não foi o primeiro a ser aberto) retirar o pinheiro de plástico e começar a colocar as bolinhas e a estrela. outras há, que sós ou acompanhados, se dirigem ao horto mais próximo para escolher o pinheirito adequado. assim sendo, ou sendo assim, sobram aqueles que, a pé ou de carro, se dirigem à mata mais próxima de machado ou serrote na mão, para cortarem a árvore que melhor encaixe entre o canto da sala e o plano invisível rasante ao fundo do candealabro. não gosto de julgar os outros, mas, vistas-bem-as-coisas, só últimos é que contribuem para que em agosto, portugal arda menos um bocadinho.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Crime Suficientemente Idiota

um grito corta aquele espécie de burburinho-que-não-é-silêncio-nem-algazarra, é um misto de atroz sofrimento e disparatados insultos. há quem logo corra para a rua e quem acabe a cerveja. 
um tipo, de ombros encolhidos e parvo olhar, baixa a cabeça ao som do marmanjo que o insulta. entre os dois está uma máquina de lavar, e sob a máquina o pé do mais exaltado. em breve meia aldeia rodeia os dois e há quem defenda que a culpa só pode ser do gajo que nem o crisma fez. alguém zigaziguando se aproxima, há em si um misto de tinto e aguardente e a queda dada em nada surpreende, não fosse o ensanguentado corpo feminino que sob ele se abate...

...úúúúú-ah-úh-ah úh-ah...úuuuu-ah úh-úh úh-úh 
          (poderá não ser assim que se escreve)

quatro senhores saem de um autoritário automóvel, estranhamente um deles não possui barriga nem bigode: não é cá da terra, comenta-se em baixo tom. contínuo acto em que todos se aproximam da autoridade para relatar os factos com a excepção do dono da tasca que não querendo perder o seu melhor investimento tenta separar o bêbado do ensanguentado e inanimado corpo. de imediato é algemado por estar a adulterar as provas e vários são aqueles que protestam perante tamanho acto. no entretanto o chefe fica com sede e o sub-chefe decide-se pela sua libertação. alguém propõe uma rodada e totalidade dos bigodes encaminha-se para a tasca.
no entretanto, a estagiária autoridade circunda o local do crime. um puto rouba um bocado da fita para colocar à cabeça, definitivamente não quer que lhe toquem no meio frasco de gel necessário para o penteado-à-rebelde-morango. ao regressarem os três indivíduos da autoridade, o presidente da junta lembra que para a semana são as festas de nossa-senhora-do-ah-e-tal e opta-se por retirar o coreto do perímetro circunscrito devido ensaio da banda filarmónica. a câmara foca dois agentes, entre o sub-chefe e a agente há um sorriso cúmplice, misto de desejo sexual e reminiscência dos tempos em que eram cadetes na academia (o que é estranho, até porque estão casados à quase década e meia).

o ecrâ fica negro e seguidamente anunciam-se minis e presuntos, publicitam-se outras minis de outras cores e marcas e um anafado senhor fala da melhor alheira de portugal, informa-se que do dia seguinte, e a seguir ao telejornal, um reputada jornalista (que tirou outro curso qualquer) vai medear um debate sobre cornflakes: já todos os comemos com leite frio ou ainda há palermas que o teimam em aquecer o leitinho.

finalmente o intervalo acaba e no entretanto a mulher já morreu (mesmo). alguém fala em chamar o médico legista mas homem mora numa cidade vizinha e não gosta de conduzir à noite. o chefe apresenta uma apreensiva expressão e uma voz off parece dizer o que pela cabeça lhe vai: m*rd*, tenho mesmo que ir à casa-de-banho e não gosto (nada) de tomar banho depois de perfumar a wc. o exame de balística é considerado desnecessário, os cartuchos são dos mesmos que estão em promoção na espingardaria da esquina e a da aldeia vizinha ficou assim para o fora de mão depois da queda da ponte. o bêbado encaminha-se para um poste de electricidade com aquela cara de quem não sabe que nem tudo o luz dá lume. alguém sugere um telefonema para o moita flores, mas ele é de uma rede diferente e tem que ir falar a qualquer matinal programa no dia seguinte. o tempo do episódio parece esgotar-se e há quem como eu desespere pela eminência do to be continued...
mas eis que um homem se aproxima e de mãos na cabeça e olhos no céu exclama: fui eu que matei a minha mulher, era para me ter entregue logo, mas tive de ir ali a um sítio.

[this is produced NOT by jerry bruckheimer]

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

quem diria...

soube que o satriani processou os coldplay; segundo ele um dos singles dos britânicos é uma descarada cópia de uma das suas músicas. confesso que esta notícia me deixou (deveras) surpreendido. (até porque) nunca imaginei que o satriani andasse por aí a ouvir coldplay.