banquet

após um longo e saturado estudo (para, e não só, esta noite)
concluí que o melhor (que há) para evitar ou diminuir a ressaca
é o tinto-do-bom.
também me falaram da água, mas não me parece tão credível.

ironic

saio para trabalhar antes de amanhecer,
(e) saio do trabalho depois de anoitecer;
quem diria que este emprego
se tornaria na luz dos meus olhos.

gas panic

não chegava o dinheiro que gastei com as prendas (dos outros);
e ainda me roubaram a mala da diesel.
(na verdade,) não me espanta:
ao preço que a gasolina está, era um roubo anunciado.

it's the end of the world as we know it

gosto (e não gosto) de ser distraído. hoje, por exemplo, nem por isso: sabia que o mundo ia acabar e nem assim me lembrei de desligar o despertador.
se o mundo (realmente) acabar, fica o arrenpendimento de me ter levantado antes das sete. com ou sem mundo, tinha dormido mais umas horas.

if you tolerate this your children will be next

as crianças de hoje estão cada vez mais mal-mandadas;
ainda ontem mandei três à m*rda, e nenhuma foi.

the lion sleeps tonight

ao nível da gestão económica o sporting é um exemplo:
farta-se de poupar em prémios de jogos.

shoplifters of the world unite

se fico em casa e ligo a tê-vê, vejo as notícias e é a crise e os (seus) múltiplos rostos, e isto está pior e aquilo não está melhor e este (sim,) este é (realmente) o ano em que os lojistas estão a vender menos.
se saio e vou ao shopping para comprar um par de prendas, é um filme para estacionar, são as filas para pagar e os encontrões de gente carregada de sacos que sai duma loja para entrar na seguinte.
(a sério,) decidam-se.

club foot

afinal o fifa 13 não é (assim-tão) realista.
ontem joguei com o fê-cê-pê e ganhei com um golo do kléber.

l.s.f.

o meu afilhado quer o fifa treze para o natal. (já) o meu orçamento não parece (muito) interessado em investir num preço obscenó-pornográfico numa prenda só. por um lado alegra-me que ele prefira o fifa ao pes, por outro... é literalmente um número pornográficó-obsceno. sim, podia falar-lhe da crise e dos actuais tempos, mas não me parece que já tenham editado o gaspar para tótós.

lilac wine

fruta? só na sangria.

paint a vulgar picture

apesar de, para além de dinheiro, conterem tinta;
o que não falta são multibancos e serem explodidos por aí.
deve ser malta com experiência em lavagem de dinheiro.

jumping jack flash

fora um homem à frente do seu tempo;
nunca trouxe uma lata de pêssegos de espanha.

don't go away

após uma (não-tão) ponderada ponderação, optei por deixar de mandar as pessoas à m*rd* ou para o c*r*lh*. do modo como as greves de transportes se sucedem, não quero estar a complicar a vida a quem me rodeia.

meat is murder

o renato seabra não é um modelo a seguir.

queen bitch

estavam bastante exaltadas e um-tanto-ou-quanto aborrecidas; a discussão era delas (e delas só) mas era longa a distância a percorrer para não as ouvir. fosse mais curta (a distância) e não as teria ouvido. mas (vai-daí) e ouvi. porque é sempre a mesma coisa, dizia a filha, e era (realmente) sempre a mesma coisa, concordava (sem concordar) a mãe; porque tu és isto e aquilo e não me percebes, retorquia a filha e logo um tu é que não me percebes, sua aquilo, isto e o outro também repetia a mãe. e os palavrões adensavam-se e os impropérios agravavam-se de tom em tom até um cala-te, put* dito pela filha e um tu não me mandas calar, sua grandessíssima filha-de-uma-put* dito pela mãe. e dito isto, continuaram (de injúria em insulto). e foi aí que deixei de perceber: se estavam de acordo, porque continuaram?

why does it always rains on me

por estes lados tem alternado entre o fresquito e o fresquote, ou como dizem: está um frio do c*r*lho*" ou como (ainda) hei-de dizer: agora não (vou), congelou-se-me um pé. anyway tenho saudades do porto; dos tempos em que apenas chovia quando eu deixava a janela da sala aberta; do tempo em que cheguei a acreditar que o são pedro era eu e que o clima era controlado pela minha janela.

the village - adagio for strings

a paciência tinha terminado e farto de yada-yada-yada's,
chateou-se consigo (mesmo) só para não (ter que) se ouvir.

gas panic

a campaínha soou; do outro lado dois senhores com diferentes fardamentos: um pertenceria à central canalizadora de cervejas e outro usava um distinto bigode. escancarou-lhes a porta (e também o sorriso) e disponibilizou-se  para qualquer coisinha. num ápice os senhores meteram mãos à obra e pouco tempo depois concluíram o trabalho: um garantiu a instalação da cerveja canalizada e o outro cortou-lhe o gás.

the blinding

entrou e não viu um c*r*lh*;
estava num balneário feminino.

so why so sad

cozinhar desanima-me. passo uma hora rodeado de tachos e no fim o extracto bancário mantém-se igual.

hurricane

ontem uma calamidade passou por silves
e deixou o estádio de futebol sem balizas;
estão reúnidas as condições para o postiga e o hugo almeida irem jogar.

come undone

saíra finalmente das estatísticas do desemprego jovem.
tinha envelhecido.

panic

não me agradou a actuação da polícia ontem.
passaram uma hora a verem o espaço público a ser destruído;
foram sessenta minutos durante os quais foram apedrejados;
e só depois reagiram (e foi a resposta que "abriu" o noticiário).
fez-me lembrar a (nossa) selecção e as suas dificuldades
em assumir o correcto timming para as transições ofensivas.

don't speak

era uma muito cuidadoso no que dizia.
se tinha algo inteligente para dizer, calava-se.

to know him is to love him (napster live)

ela queria (mesmo) um gato,
na verdade, ela quer um gato;
(e) ele, bem, ele abusou dos gins
e foi de gatas para a cama.
(reitero,) o amor não é conceptual.

i heard love is blind

pediu-me uma surpresa
e eu apareci em casa de bigode;
o amor não é conceptual.

every car you chase

conduzia pachorrentemente quando, e como-que do nada, uma cabra tentou abalroar-me. num acto de pura (e inexistente) perícia passei dos cinquenta para os sessenta e foi por um triz. na verdade, não tivesse o (sonho de) carro que tenho e teria uma cabra (enfaixada) no banco de trás.

charmless man / video games

isso dos homens serem todos iguais não me convence. (é) como se todos fossemos idênticos e apenas almejássemos uma playstation para jogar pro evolution soccer. da minha parte, afianço-vos  que é (totalmente) mentira: tenho uma xbox e prefiro jogar fifa.

just like a woman

tinha uns gostos peculiares, (nem fáceis nem difíceis, antes pelo contrário); procurava uma mulher suficientemente inteligente para lhe despertar (o seu) interesse, e simultaneamente um-tanto-ou-quanto palerma, para lhe achar piada (a si).

six cold feet

(hoje) está frescote; ou como um dia disse um comentador desportivo: não está frio nem calor, estão zero graus. (assim) propus os meus colegas de trabalho colocarmos o ar condicionado a expelir ar fresquinho; disse-lhes que, psicologicamente, podia funcionar e (até) nos dar uma (curiosa) sensação que estaria (minimamente) quente lá fora. (vá-se-lá-saber-porquê) ninguém aderiu à ideia.

only ones who know

quando os clubes (ditos) pequenos trocam de treinador, têm tendência a ganhar o primeiro jogo. (assim) a derrota sportinguista de ontem foi (apenas) uma demonstração de grandeza.

oblivious

há tanta alegria e felicidade em se trabalhar num feriado,
que se não escrevo mais, é apenas (e só) porque me faltam as palavras.

work it out

o único trabalho fácil é o dos outros.
(já) para os outros, é o teu.

bank holiday

férias é aquela cena que dura menos que uma segunda a trabalhar.

in the waiting line

ele pediu uma tosta mista e eu uma tosta de fiambre. num ápice a empregada preparou-lhe a tosta, colocou-a na tostadeira e perguntou-me que tipo de pão eu queria. disse-lhe que podia ser do mesmo. agarrou na (mesma) sêmea, cortou-lhe duas fatias, recheou-as de fiambre; pousou tudo num prato e olhou inexpressivamente para mim. como não me mexi, (ela) lá interrompeu o silêncio e perguntou-me se era para aquecer. disse-lhe que sim (pensando se, guardava, ou não, para mim, um qualquer comentário sobre a diferença entre uma tosta e uma sandes). no entretanto, novo bloqueio: (ela) olhava para a tostadeira e para o microondas sem conseguir decidir-se até que (se) decidiu a perguntar-me; pacientemente disse-lhe que podia ser na tostadeira.
e enquanto ele comia a tosta mista e eu esperava pela (minha) tosta de fiambre deu-me para pensar no futuro: (tudo bem que) será um pedido palerma e (eventualmente) mais dispendioso, mas não será mais fácil passar a pedir uma tosta mista sem queijo?

everybody hurts

a ideia (dela) era simples e nem tinha nada de especial: comer qualquer coisa no shopping e depois comprar não-sei-o quê; a uma mesa próxima aproximou-se um tipo, o aspecto não era bom nem mau: era asseado e indefinido. (o tipo) murmurou qualquer coisa indicifrável ausente de lábia e inundada de desconforto e a senhora deu-lhe uma fatia de pizza. (ele) afastou-se para logo se encostar a um qualquer canto e comer com sôfrega educação.
finda a (insípida) refeição, ela levantou-se e percorreu umas quantas lojas mas tudo lhe pareceu feio e o que feio não era, (a si) pareceu-lhe caro. sem sacos na mão, regressou a casa e (no entretanto) telefonou-me. já lá vão umas horas e os cigarros continuam a saber-me mal.

don't panic

vendem-se mais antidepressivos a cada dia que passa e não é nada que se estranhe. até porque se antes eram (apenas) os sportinguistas que panicavam antes de um qualquer jogo do seu clube, agora são todos os portugueses antes de uma qualquer declaração do passos.

country sad ballad man

procurei encontrar-me
   onde não estava;
e depois de (me) procurar
   não me encontrei.

brimful of asha

é impossível stressar enquanto se ouve ou (mentalmente) se trauteia o brimful of asha.

one armed scissor

desmontei a lapiseira e verguei a mola; não foi assim tão cansativo.

about today

o ano até pode ter mais de três centenas de dias; mas só existem três em que (realmente) não me apetece trabalhar: ontem, hoje e amanhã.

hand in glove

não percebo como é que num país cujo clima até-não-é-mau; existe malta que passa o ano todo preocupado com luvas.

father and son

talvez a paternidade não me assista. ter de cuidar de um crianço (até às necessidades mais básicas, numa primeira fase); procurar dar-lhe o que precisar e estar presente para o apoiar nas várias decisões e... hmmm... não me parece querer arriscar a que ele escolha um clube que não o meu.

like dylan in the movies

perguntou-me o que era o cinema quatro-dê. como não sabia, respondi-lhe que era uma (suposta) novidade tecnológica que servia apenas para dar mais trabalho a quem trabalha nos cinemas: que tinham de aumentar a temperatura do ar condicionado quando a cena se passava no deserto, e depois pôr na temperatura mínima quando a cena se passava junto a um iglo. e mais, acrescentei, se estiver a chover na tela é necessário sacar de um isqueiro e aproximá-lo dos sprinklers para (depois) a água cair certinha... (eventualmente) nenhum de nós ficou convencido.

no distance left to run

historicamente existem duas invenções que marcaram a humanidade: a roda e o fogo. recentemente a sociedade (como-que) evoluiu juntando ambas e criando essa maravilha tecnológica que dá pelo nome de isqueiro. ainda está para existir melhor invenção que o copy paste.

useless

tinha uma opinião sobre tudo,
e só se calava quando lhe faziam uma pergunta.

maps

macy, isso não se faz ao maps.

my generation

farta de apertar o cinto, comprou uns suspensórios.

anda comigo ver os aviões

(...até porque) estou farto de ver passar navios.

it's a hard life

a ideia seria trazer parte do mundo da bola para os empregos das nove-às-cinco. eu, por exemplo, tenho inigualáveis qualidades para ser um razoávelzinho trabalhador suplente: chegava à (mesma) hora dos meus colegas e sentava-me a vê-los trabalhar; eventualmente mandava um bitaite ou ia dar uma volta para desentorpecer as pernas; e lá para o meio da tarde quando alguém se queixasse das costas, tivesse uma cãibra no dedo do rato ou a vista cansada eu entrava para uma meia hora final de puro rendimento.

everyone nose

não dormiu bem nem mal, aconteceu(-lhe) acordar sem nariz; só isso. a situação não o assaralhopou por ali além excepto quando se viu ao espelho. como estava atrasado, comeu qualquer coisa e saiu de casa regressando minutos mais tarde para buscar os lenços de papel. preocupava-o sobretudo que um qualquer (senhor) agente o mandasse parar: não que não tivesse todos os papéis em ordem mas, definitivamente, o seu rosto apresentava-se diferente das fotografias dos documentos. uma coisa era certa, chegara a altura de começar a usar lentes.

what's he building?

pôs a água a ferver enquanto não se decidia pelo que queria ouvir. e a indicisão manteve-se até a água começar a fazer bolinhas. tinha-se esquecido do sal, mas não era nada que não pudesse fazer no entretanto. desempilhou as empilhadas latas de salsichas e atum até alcançar o esparguete e iniciou a busca pela panasquice que mede a quantidade de esparguete pretendido: desarrumados os talheres, desistiu da busca e adicionou a quantidade que lhe apeteceu. nova (e silenciosa) espera (tinha tanto single para ouvir mas não se decidia por nada). escorreu o espaguete e passou-o por água fria. a massa estava pronta e agora era só despejá-la para uma pipa; nada o impediria de ser um novo rico.

stroke of genius

as férias tinham passado num pequeno instante e era a hora de regressar ao trabalho. não se sentia (minimamente) preparado mas (também) não tinha opção. decidiu (então) transformar o (seu) regresso ao trabalho num saudoso regresso à escola. comprou um par de pretas pilot's, um novo e micro moleskine e, mas só desta vez, uma discreta mala. levou, também, um sorriso e um ar de despreocupação; estava crente que a sua (genial) ideia o ia ajudar a passar (melhor) o dia. naturalmente, enganou-se.

perfect day

é oficial e indesmentível,
tenho mesmo jeito para estar de férias.
devia ser uma profissão.

paint it black

não era (muito) inventivo ao nível das cores,
escolhia sempre tinta roriz.

your flesh is so nice

davam-se bem apesar de umas quantas divergências;
ele preferia os frescos do pingo doce e ela os da capela sistina.

killer cars

espetou-se contra uma igreja. foi uma morte santa.

sympathy for the devil

e sem menos nem mais, tive de escolher entre as bíblicas opções: bem ou mal. sem hipóteses de meios termos ou mesmo de alongar a questão para ganhar um tempinho extra: bem ou mal. assim, (como assim,) ainda ponderei no bem, mas optei por pedir a carne mal passada.

you know i'm no good

estou a ler um estudo antropológico e etnográfico que o santos júnior escreveu há quase um século.
há nele dois parágrafos que dificilmente não citarei em todos os demais trabalhos que faça:
"Este modesto trabalho apresentará, sem dúvida, muitos erros e deficiências.
Em minha defesa, porém, nada mais alego do que a falta de qualidades pessoais capazes de melhor produzir."

always look on the bright side of life

a vida de um homem tem (sempre)
momentos marcantes e inesquecíveis;
nomeadamente um chuto dos tomates.

the love cats

era uma gata confusa. chamava-se mini,
mas uma vez prenha o dono tratava-a por média.

for tomorrow

saí de casa, meio a dormir,
e cruzei-me com um bom amigo meu.
eu ia trabalhar e ele ia-se deitar.
não sei se me sinto velho ou nostálgico.

fake plastic trees

subi a uma árvore para te ver;
telefonei aos bombeiros para descer.

don't speak

não mandem os pedófilos para o c*r*lh*; eles (depois) vão e vocês ficam com problemas de consciência.

zero

não me ocorrer nada,
seria motivo para nada postar.

dollars & cents

custa-me perceber essa malta que tem de jogar no euromilhões quando há jackpot. compreendo quem joga sempre e entendo quem nunca joga... mas jogar apenas (e só) quando há jackpot? e quê? ah e tal dez milhões não me convencem, nem estou para isso e nem sou de jogar...mas cento e tal já é outra história, vai haver jackpot e cenas e coisas e tenho (mesmo) de jogar até porque... f*d*-s*, dessem-me um milhão e eu já não chateava ninguém.

hot in here

não há optimismo nem pessimismo na questão do copo meio cheio ou meio vazio. é (apenas) uma questão de sede.

i started a joke

já não bastava falar, prometer ou acreditar; chegara a hora de levar a sério a (constante) ideia de não se levar a sério.

lilac wine

concordo que um copo de vinho por pessoa é mais que suficiente. lá por porque a terceira ou quarta garrafa são de um ano, casta ou região diferente não vejo a necessidade de estar a sujar mais loiça.

juicy

aparte da sua alergia a mangas, era uma rapariga normal; e vivia uma vida normal, exceptuando no inverno em que passava (um bocado de) frio.

you can't always get what you want

tinha decidido suicidar-se naquele dia, mas no entretanto marcaram-lhe uma reunião para o dia seguinte. logo a ele que nunca tinha gostado de alterar a (sua) agenda. ainda assim, e entre o contrariado e o resignado, lá saiu de casa para comprar um par de gravatas.

i remember nothing

não tenho por hábito esquecer-me de coisas,
não costumo é lembrar-me delas.

take the long road and walk it

o caminho faz-se caminhando, é daquelas frases que merece que um tipo pare o carro, abra o vidro, diga a frase ao gajo que pede boleia e (depois) arranque.

why don't you find out for yourself

seja o da tv ou o da aparelhagem; seja o do dvd ou o da garagem;
todo o comando remoto devia ter um número de telemóvel.
                                      [...e (já agora) as chaves também.]

coffe & tv

suicide is painless

indeciso entre radiohead ou jeff buckley;
questionando se uns gomez ou um beck;
titubeante entre os stone roses e os smiths;
vacilando entre uma amy ou uns kaviar;
indefenido entre os primeiros do bowie ou os dos stones;
oscilando ente o frusciante ou qualquer face do mike patton;
irresoluto entre os kings of convinience ou os de leon;
hesitando entre uns blur ou uns massive attack;
ambíguo entre uns pulp ou uns libertines;
duvidando entre uns streets ou uns strokes...
encarei o media player
na certeza que a escolha seria
(cedo ou tarde) insastifatória;
e na certeza de (a mim mesmo)
me pirraçar, optei por take that.

i will (no man's land)

a vontade de (eu) fazer algo,
é inversamente proporcional
à necessidade de o fazer.

in between days

a criança que fui chora na estrada
deixei-a ali quando vim ser quem sou;
mas hoje, vendo que o que sou é nada,
quero ir buscar quem fui onde ficou.

a criança que fui brinca na estrada,
deixei-a ali quando vim ser quem sou;
e hoje, não me arrependendo de nada,
não quero buscar quem fui onde ficou.

in the heat of the morning

a partir de uma determinada temperatura
um tipo devia ser dispensado do trabalho;
segundo os complexos cálculos que não fiz
penso que a partir dos quatro graus já se justificava.

sympathy for the devil

como as coisas andam,
não me parece que o diabo perca tempo a amassar pão.

boss of me

se fosse de mim (mesmo) patrão;
despedia-me com uma (choruda) indemnização.

when i live my dream

nunca percebi essa malta que larga tudo pelos sonhos;
prefiro donuts.

metodologias do (meu) método

procuro iniciar qualquer trabalho
seguindo três elementares princípios:
o primeiro é nunca me lembrar dos outros dois.

este documento que me (des)espera

há em mim uma troika,
que se me entranhou de vez;
por cada quatro páginas que escrevo,
apago, irremediavelmente, três.

"e o dia começa bem"

haverá (lá) melhor coisa que começar o dia encostado ao balcão enquanto a empregada lava loiça. lança-se um bom-dia, recebe-se um bom dia e os pires continuam a serem lavados. as notícias que a têvê debita são pontuadas pelos tlins da loiça e longe de mim querer interromper o trabalho da senhora. tiro a carteira do bolso e da carteira tiro umas moedas: intercalo os tlins das moedas sobre o balcão com os tlins das chávenas na pia e a minha paciência vai à dabliú-cê. arriscaria um era uma café, se faz favor mas não há em mim a mínima vontade de ouvir um ai era, quer dizer que já não é. (de-modos que) opto por esperar em silêncio enquanto me insulto por não a insultar e depois censuro-me por a querer insultar e depois insulto-me por me censurar e depois... (bem) depois a água pára de correr; a senhora vira-se enquanto limpa às mãos ao eventual e aproxima-se com um bom dia senhor, diga se faz favor. era um cafe´. ai era? quer dizer que... fod*-se.

o meu extracto bancário

noventa e oito

dia após dia, os dias alongavam-se;
sempre um pouco mais
e depois um pouco mais (ainda)
até se tornarem intermináveis.
eram uma continuada tortura contínua
que o ceifavam lentamente.
inconscientemente intencional,
tinha-se sabotado
conscientemente sem querer.
(e) agora era vê-lo ali a (lentamente)
depauperar no lento passar dos dias.
estava como se não estivesse,
arrastava-se pensando andar
enquanto andava a arrastar-se.
já fora feliz,
e (agora) não era infeliz,
apenas assumira o ponto de não retorno
segundo o dia em que começara a se sabotar.
e queixava-se sem ter de quê.
desanimado, desanimou-se;
abraçando, sem ânimo,
esse constante desânimo
que teimava em não o abandonar.
os pequenos nadas da génese
de pequenos nada tinham
e a existirem seriam mínimos.
as razões? não as tinha,
e começava, também, a não as querer (ter).
agastado com tudo,
mas sobretudo consigo,
deu-se a si mesmo cem dias.
não mais, nem menos que
cem (daqueles) dias.

pedalando por aí

sky...levanta-se.

noite(s) longa(s)

...e foi em tal estado para casa,
que passou por um canil,
na esperança de lá deixar a cadela.

shift not

este blog não tem maiúsculas,
poderia ser um estilo de escrita;
mas é só preguiça.

e cruzo os braços

tenho tanto para fazer
que decidi não fazer nada;
e no meio desta palhaçada
surgiu uma réstia de esperança:
estou para ver essa história do
quem espera sempre alcança.

to be or not be(er)

beber da garrafa não será a (melhor) solução para largar os copos.

este trabalho que me (des)anima

sinto-me (como) um qualquer símio,
preciso de mudar de ramo.

más decisões

ainda fez umas cadeiras, mas depois despediu-se da carpintaria e foi estudar.

moving, just keep moving

era tão preguiçoso que comprou uma trela para a tartaruga.

ao post'e

não vamos falar de futebol, hóquei?

(entre aspas)

escrever entre aspas entre parênteses é estúpido.

corrigido post

se a reencarnação fosse uma ciência exacta,
eu reencarnar-me-ia num preguiça.
se a reencarnação fosse uma ciência exacta,
os burros jamais estariam em extinção.

(in)úteis partilhas

porque não estava a dar, e não;
decidi divorciar-me do cérebro.
o processo não foi complicado
mas o resultado sim:
ele ficou com os neurónios
e eu com a barriga.

a euforia da vitória [em iv actos]

acto i
não foi só o ganhar o jogo,
foi o saber que portugal, afinal, tem um verdadeiro número dez:
o hugo almeida: é um cepo que joga zero.
acto ii
aquele cristiano está noutro patamar;
noventa minutos e nem um cabelo fora do sítio.
e isto com linic...
não volto a comprar cenas-tipo-xpto em cabeleireiros.
acto iii
aquilo que o postiga fez, não se faz:
estava tão bem o paulo bento de férias na polónia
e agora vai ter de pensar num onze diferente.
acto iv
tenho a altura do moutinho,
defendo como o ronaldo,
e já joguei tantos minutos como o ricardo costa;
onde está o meu prémio de jogo?

ai portugal, portugal...

porque hoje portugal joga
decidi trocar a usual t-shirt branca por uma vermelha;
porque parecia que ia estar frescote
vesti um casaquinho branco (e zippei-o a meia altura);
(definitivamente) o look-penso-higiénico não me favorece.

"vai morrer longe"

sempre foi a minha frase favorita do calvin (and hobbes).
curiosamente, não consta que ele conhecesse terroristas.

(in)evitável procrastinação

é indubitável que o dia ideal para iniciar a redacção do documento é "amanhã"; o único senão é que sempre que acordo é "hoje".

olha para o que eu te digo!

e quê, não tenho de ouvir? porreiro, pá.

preguiça (eventual cúmulo)

...caminhava para o abismo sem se levantar do sofá.

(in)abalável fé

não festejo vitórias à priori
e sou um pessimista por natureza.
mas hoje será diferente: sim, eu acredito
que hoje não vou ver portugal perder.
só saio às sete.

este vegan que me anima

(não pessoniana) tabacaria

como qualquer despenteado arquitecto compro apenas uma revista: a penthouse.

vendo o futuro

sentado numa esplanada vejo o 'polónia-grécia'; ou muito me engano ou os gregos não tardarão a sair do euro.

octoverme do dia: "anda comigo ver os aviões" d'os azeitonas;
por ser um canção de amor (e simultaneamente)
uma música de intervenção;
porque é como se ele sussurrase
(com a troika embutida no coração):
anda comigo ver os aviões...
e os navios ao porto de leixões...
até porque o cinema está caro
e eu ando a contar os tostões.

este mau-humor que me persegue

apetece-me insultar tudo e todos (não é bem, mas quase); e isto, porque sim. sem menos, nem mais, engatar uns quantos impropérios seguidos de uns quantos insultos avulso; ou deixar-me de palavras e bater em alguém: sim, este mau-humor que me persegue faz-me querer bater em alguém (qualquer um ou eventualmente uns quantos em particular). mas isso era arriscar um (bem-dado) estalo, e (sendo assim) é melhor não.

porque isto não me sai da cabeça:

"nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do género humano. e por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti." john donne

da (in)utilidade

...não fosse isto,
e hoje não havia post.

o (des)ânimo (ou a preguiça)

e... vejo ali uma luz...
mas estou (bem) onde estou.

octoverme do dia: "suck" dos new bad things;
porque (definitivamente) não é a melhor música do mundo;
porque (dificilmente) alguém a considerará a melhor música;
porque, por vezes, não deixa de ser a melhor música de sempre.

opções. ou não.

por vezes, vale mais ser burro (do) que ser inteligente;
o problema é que nem todos têm essa opção.

pingo doce

eu não fui.

fê-quê-pê, e agora?

depois da venda do secretário ao real madrid,

um campeonato com o vítor pereira a treinador...

 

(basta d'isto) 26 de abril sempre!

é a hora, meus amigos, é (pois) o momento.
face ao passado próximo (ou ao recente presente)
nada nos resta (para) além de uma (nova) revolução;
não para agora ou para já, mas para hoje;
para os que discordem...dois motivos:
porque sim, e
porque dois feriados em dias consecutivos seriam um mimo.

estive a pensar e...

...se fizer anos diarimente até ao final de maio,
será que consigo a reforma em junho?

octoverme do dia: "esta depressão que me anima" d'a naifa;
pela (frequente) beleza da tristeza;
pela rima obsessiva que não rima;
pelas orações que não rezo;
e por nunca ter tido aulas de esgrima.

ficheiros e afins

tentei retomar o trabalho mas o ficheiro estava corrompido;
quem diria que até os pdf's se podiam dedicar à política.

dia internacional dos monumentos

...até as pedras têm dias...

spending time with wii

apesar da fálica ergonomia dos comandos, a consola é pinoca e combina o jogo do sofá com o eventual jogging-de-sala-de-estar; o senão é passar-se o tempo a olhar para a televisão com o pau na mão.

dia mundial da voz

esquece lá isso, oh miguel ângelo.

a escravatura no século vinte-e-um

se todos os computadores têm um rato,
porque-raio os roedores não têm um computador?

IrRiSório post

começei a tratar da papelada do irs,
definitivamente, vou ver-me grego com os números.

inevitabilidades

sempre que equaciono deixar de fumar,
acendo um cigarro para pensar no assunto.

"procuro e não te encontro"

procuro e não te encontro é uma música romântica do tipo-dor-de-corno popularizada pelo tony de matos; eu não sou músico nem nunca nada compûs, mas a fazê-lo e a chamar-lhe procuro e não te encontro seria para a dedicar ao meu boletim de vacinas.

que dia se (me) avizinha

acordei e resmunguei, levantei-me e cirandei pelo quarto; atrasei-me e saí tão apressado de casa que nem me lembrei de deixar a vontade de trabalhar na mesinha-de-cabeceira.

quase...

...e por momentos este post teve (quase) tudo para dar certo.

(sobre)natural

não acreditem nessa malta que fala com os mortos;
ainda ontem a amy me disse isso.

decisões

tenho pensado seriamente em usar o cérebro,
não sei é em quê.

"num" sei #0652

disseram-me que as cenas-tipo-coisas que queria estavam ao preço da chuva. não percebi, estariam caras, baratas ou em ruptura de stock?

nada se perde, tudo se transforma.

e assim, em pleno século vinte-e-um, a expressão "gordura é formosura" mantêm-se actual, isto, claro está, se se estiver a falar de modelos da elena miró ou de um naco de bacon.

octoverme do dia: "here", ora o original dos pavement, ora a cover dos tindersticks...curioso a cover não ser o original, mas a sê-lo não haveria cover, i guess...and i guess a guess is the best i'll do.

"cá se vai andando com a cabeça entre as orelhas"

pois, não me parece é bonito "andar-se-aí" a gozar com o van gogh...