sábado, 16 de fevereiro de 2008

eu aqui sem aqui estar

por vezes, desencontro-me.
e é algo que (me) sucede amiúde.
talvez existam (possíveis) motivos que desconheça,
ou (então) desconheço-os por não existirem.
desencontro-me de mim, e é só.
é como se (ali) estivesse sem estar,
ou não estando e (simultaneamente) ir ficando
sem saber (muito bem) se estou ou não.
não sei. sei que de mim me desencontro
e se (depois) me encontro é por não me procurar.
sucede-me e é só;
e nem sei sei se é um "e é só" inofensivo.
desencontro-me e vou por aí sem sair do sítio,
e (sempre) sem resposta para quem me encontra
e me pergunta por onde ando.
quanto muito estarei num lusco fusco mental,
e daí que talvez não. não sei.
sei que (facilmente) me desencontro
e que a resposta é definitivamente talvez.
desencontro-me de mim e de mim me desencontro...
...e por vezes cruzo-me com desconhecidos,
(ou pelo menos há uma ínfima parte de mim que se cruza).
e falam-me e eu não oiço,
e vêem-me sem que eu os veja.
e dos meus lábios nem um olá ou um bom dia.
não é má educação (minha),
é (somente) um palerma que me habita e teima em não tirar férias.

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